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Zoom cria conselho de segurança e recruta ex-CSO do Facebook como membro

Por| 13 de Abril de 2020 às 08h30

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Reuters
Reuters

Em meio ao escrutínio de consumidores e empresas, o app de vídeo chamadas Zoom criou um conselho de segurança para aferir os recentes problemas apresentados pela súbita popularidade do software. O primeiro membro deste conselho já foi anunciado: Alex Stamos, ex-CSO (Chief Security Officer) do Facebook, posição essa que ele ocupou de 2015 a 2018.

A notícia foi confirmada pelo próprio Stamos, em um texto publicado por ele em sua conta no Medium, com trecho traduzido abaixo:

“Na última semana, depois que eu publiquei uma série de tuítes que discutiam os desafios de segurança a serem enfrentados pelo Zoom e como eles poderiam responder a eles, eu recebi uma ligação de Eric Yuan, o fundador e CEO da Zoom. Nós falamos sobre os desafios significativos que a empresa estava encarando, tanto na resposta a um incrível crescimento de usuários como o de corresponder às expectativas de segurança de seu atual momento. Ele me questionou sobre detalhes sobre minhas experiências de trabalho em empresas que enfrentaram crises extremas e eu fiquei impressionado pela visão clara dele de fazer do Zoom uma plataforma confiável e sua vontade de conduzir ações mais agressivas para chegar nesse objetivo. Ele me perguntou se eu estaria interessado em ajudar o Zoom a aprimorar a sua segurança, privacidade e capacidades de proteção como um consultor externo, e eu prontamente concordei.”

Em outras palavras, Stamos não virou um funcionário do Zoom, mas sim um colaborador terceirizado.

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Stamos certamente possui o currículo para isso: embora o Facebook tenha passado por crises de privacidade que minaram a imagem da empresa durante a sua gestão, o executivo já deu palestras em conferências da Black Hat, enfrentou imposições da Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana de instalar backdoors em aplicações populares, encontrou diversas vulnerabilidades no até então “sem vírus” Mac OS e presta consultorias de segurança para o Google e a Electronic Frontier Foundation.

Banido?

O novo conselho de segurança do Zoom certamente chega em boa hora, haja vista que mais e mais organizações públicas e privadas do mundo estão rechaçando o aplicativo devido aos problemas apresentados.

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O Zoom teve um surto de popularidade devido ao avanço do novo coronavírus (SARS-CoV-2) pelo mundo. A pandemia global forçou milhões de pessoas a trabalharem remotamente e, sendo ele um app de vídeo chamada, muitos o adotaram para conduzir reuniões virtuais com suas respectivas equipes.

Entretanto, problemas variados — desde hackers invadindo reuniões para distribuírem malware e conteúdo pornográfico até a revelação (e posterior processo judicial em alguns países) de que o app não usava criptografia de ponta a ponta, ao contrário do que afirmava — acabaram minando seu desempenho, fazendo da marca um sinônimo de produto demasiadamente vulnerável a ameaças cibernéticas.

Desde então, empresas como Google e Tesla proibiram o uso do aplicativo em seus computadores corporativos, urgindo que funcionários o abandonassem. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também ordenou a não utilização do Zoom pelos funcionários públicos a serviço da entidade. Nos EUA, o governo recomendou (mas ainda não impediu) que pessoas e empresas considerassem outras opções.

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Fonte: Alex Stamos, via Medium