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WhatsApp rejeita usar tecnologia do Facebook para ler mensagens criptografadas

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 04 de Agosto de 2021 às 15h24

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Matheus Bigogno/Canaltech
Matheus Bigogno/Canaltech
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Criptografia é um negócio sério para o WhatsApp e um dos diferenciais do aplicativo em relação aos concorrentes, razão pela qual ele parece lutar até o fim para manter. Ontem, foi publicada uma matéria aqui no Canaltech que tratava sobre a intenção do Facebook de criar uma inteligência artificial capaz de usar dados criptografados para fins publicitários sem quebrar a segurança protetiva.

Hoje, o app de mensagens correu para reforçar seu posicionamento de que não há qualquer possibilidade de a rede social acessar dados protegidos dos usuários. Em resposta à matéria original publicada pelo portal The Information, o chefe do WhatsApp, Will Cathcart, explicou ser “cético” quanto a afirmações técnicas de que ver mensagens criptografadas seria algo positivo.

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Cathcart deu a entender que uma possível IA poderia ser desvirtuada para usos ruins, por isso ele é contrário à chamada criptografia homomórfica. Essa metodologia permitiria a leitura de informações embaralhadas apenas por robôs específicos, com fins de segmentação publicitária — assim, os dados continuariam “seguros” e a privacidade seria supostamente mantida.

O problema é estabelecer as limitações de uso e como as informações seriam empregadas. Será que o robô, criado para tal finalidade, não poderia ser modificado para repassar coisas sigilosas sobre as pessoas? Imagine o quão assustador seria receber uma publicidade de medicamento para dor de cabeça no exato momento em que você acorda com enxaqueca?

A defesa pública da manutenção da criptografia pela figura de maior prestígio do WhatsApp é uma boa notícia. Pode significar que, ao menos, haverá resistência da equipe do app a essa investida do big boss Facebook. Se eles vão resistir à pressão, isso é o que não dá para saber.

Escalada na busca por dados privados do usuário

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Vale lembrar que o WhatsApp é o app de conversas mais popular do mundo e pertence ao Facebook, que pagou quase US$ 20 bilhões pelo sistema há alguns anos. Na época, vários rumores surgiram sobre a possibilidade de a rede social usar dados das conversas de usuários para ofertar publicidade direcionada. A plataforma negou veementemente isso em razão da criptografia de ponta a ponta, na qual apenas o emissor e o receptor conseguem ter acesso ao conteúdo das mensagens.

Entretanto, com a queda da receita do Facebook, decorrente de mudanças no iOS que restringem o compartilhamento de dados de usuários, a plataforma tem buscado novas formas de ganhar dinheiro. O uso de informações do WhatsApp poderia representar uma mina de ouro, afinal ali são compartilhadas boa parte da rotina das pessoas.

Também não é a primeira vez que a empresa de Mark Zuckerberg se envolve em polêmicas quanto à privacidade das pessoas. A mudança na política de privacidade do WhatsApp, que permite o compartilhamento de dados com a plataforma social, é um claro exemplo disso.

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Se a IA avançar, a rede social poderia fundir os chats do WhatsApp com o Messenger, como rumores apontam, implantado a criptografia de ponta a ponta em todos os serviços. Isso daria uma sensação de segurança por um lado, mas abria a brecha necessária para usar a inteligência para segmentar propagandas.

Fonte: Will Cathcart