Spotify cria duas novas listas para ranquear os melhores podcasts da plataforma
Por Rafael Arbulu | 15 de Julho de 2020 às 18h20
A empresa sueca de streamingSpotify lançou dois novos rankings focados exclusivamente nos podcasts hospedados pela plataforma. Batizados de “Top Podcasts” e “Trending Podcasts”, respectivamente, as duas novas listagens vão exibir as produções mais ouvidas pelos usuários do serviço e também aquelas que, embora não necessariamente sejam líderes de audiência, vêm crescendo no gosto do público a ponto de ter uma evolução notada pelo algoritmo da companhia.
A novidade já se encontra disponível em alguns dos 26 mercados onde a empresa pretende lançá-la, enquanto outros devem recebê-la ao longo da semana. Mais além, rankings divididos por categoria complementarão a experiência em sete destas 26 praças, sendo eles Brasil, EUA, Reino Unido, México, Suécia, Alemanha e Austrália.
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A atual lista, intitulada “Top Shows”, será descontinuada para dar lugar aos dois novos rankings, para, segundo a nota de divulgação do Spotify, “oferecer uma melhor experiência de descoberta que separa o que é popular do que é tendência e traz, em alguns casos, detalhamento por categoria”. Tanto o “Top Podcasts” como o “Trending Podcasts” serão regularmente atualizados, com a empresa falando em aproximadamente um mês de mudanças de ranking.
Como os nomes já dizem, o conteúdo veiculado pelas listas terão uma ampla abrangência de fatores: no caso do “Top Podcasts”, além da contagem de reproduções absolutas, serão consideradas a estabilidade dos shows e integridade de conteúdo. O Spotify não detalhou muito bem o que exatamente isso significa, mas especulamos tratar-se do quão regular e organizadamente os produtores lançam novos conteúdos (como alguém prometer um novo episódio toda terça-feira e cumprir com isso) bem como a aceitação de público (se gera engajamento, por exemplo).
No caso dos “Trending Podcasts”, será aplicado um algoritmo que mistura a chegada de novas produções junto com aquelas que mostram rápida ascendência. Isso é especialmente interessante, pois não limita “tendência” com “novidade”. Em outras palavras, um podcast que já existe há algum tempo, mas que somente agora conseguiu amealhar forte crescimento de público, também será contemplado no ranking.
No que tange aos mercados onde essa busca poderá ser refinada por categoria, o Spotify separou alguns gêneros específicos para aprimorar a experiência do usuário, como podcasts policiais, comédia, notícias, estilo de vida e saúde, TV, material educacional, negócios e tecnologia, celebridades, esportes, recreação e vários outros rótulos, dividindo-os entre os 200 mais ouvidos (“Top Podcasts”) e os 50 com maior ou mais rápida ascensão (“Trending Podcasts”).
Os produtores terão sua experiência reformulada, com o painel de controle notificando os autores de que seus podcasts estão listados em ranking ou passando por um súbito aumento de audiência. Tais mensagens poderão ser convertidas em cartões de imagem para serem compartilhadas nas redes sociais.
A novidade mostra que o Spotify segue firme em seu relativamente recente desejo de ser a plataforma de escolha para podcasters e produtores de conteúdo do gênero. Em junho deste ano, a empresa sueca fechou um acordo de exclusividade com a socialite e empreendedora Kim Kardashian West, para ser o único lugar onde ouvintes poderão acompanhar seu novo podcast sobre crimes. Antes disso, a companhia já havia tomado as manchetes ao fechar um acordo com o comediante e artista marcial Joe Rogan, do The Joe Rogan Experience, e levar seu imensamente popular podcast para a plataforma. Estimativas de mercado colocam este último como o podcaster mais popular de 2019, com 190 milhões de ouvintes mensais e uma receita especulada em US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 163 milhões).
Mais além, ao contrário de concorrentes como o Apple Podcasts, o Spotify está seguindo a linha da Netflix para filmes e séries, ativamente produzindo alguns podcasts hospedados em sua plataforma por meio da aquisição de empresas do setor, como a Gimlet Media. Isso a impede de ter que custear gastos terceirizados como direitos autorais para produtores, já que ela é, ao menos em parte, “dona” de alguns destes podcasts.
Fonte: Spotify