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O que o Telegram quer dizer quando fala que tem uma "API aberta"?

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 03 de Setembro de 2022 às 15h00

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Mockup: Graphbery
Mockup: Graphbery

O Telegram é um programa de mensagens reconhecido por ter uma API aberta. Diferentemente do rival WhatsApp, o app de Pavel Durov permite que desenvolvedores de todas as plataformas possam usar o protocolo, a API e até o código-fonte.

Mas o que é exatamente uma API e qual seria a distinção entre fechada e aberta? A resposta é um conceito importante para entender as diferenças entre um software de código aberto (open source) como o Telegram e outro fechado como o Messenger e o WhatsApp.

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API significa Application Programming Interface (Interface de Programação de Aplicação, em português). De uma forma simplificada, é possível entender as APIs como uma espécie de "contrato de serviço" de um aplicativo, que pode ser usado para integrá-lo a outro ou a um site da web.

Diferenças entre APIs do Telegram

O Telegram possui dois tipos próprios de APIs para desenvolvedores: a API do Bot e a API do Telegram/ TDLib. A primeira permite a criação de robôs para executar alguma tarefa automatizada dos chats, como realizar cadastros ou atribuir funções em uma comunidade. Já o segundo possibilita o desenvolvimento de um cliente próprio e personalizado do Telegram.

As APIs do Telegram são gratuitas e acessíveis a qualquer pessoa, por isso são classificadas como abertas. É possível fazer o download do código-fonte do Telegram para modificá-lo com novas cores, acrescentar recursos, criar adesivos animados, construir temas exclusivos e mudar elementos da interface e o que mais você desejar.

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Graças à API aberta, o usuário pode criar suas próprias soluções que usam a rede do Telegram, porém sem exigir uma permissão legal. Difere, por exemplo, do WhatsApp, cuja a API é fechada, de propriedade exclusiva da Meta. Apps de terceiros, como o WhatsApp GB, são considerados piratas e combatidos firmemente pelos desenvolvedores da empresa proprietária.

API de Bot

A API permite conectar bots externos à rede do Telegram. Esses robôs atuam como contas especiais que não requerem número de telefone para funcionar, mas podem interagir com os usuários.

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As APIs de Bot do Telegram funcionam como uma interface de usuário representativa de um código hospedado em algum lugar do servidor. É basicamente como um trabalhador robô, programado para executar alguma função própria que demandaria trabalho repetitivo e manual de uma pessoa de verdade.

Uma vantagem dessa API aberta é a facilidade de integração, já que o servidor intermédio do próprio mensageiro lida com a parte de criptografia e comunicação. O criador do bot precisa apenas configurá-lo por meio de uma interface HTTPS simples. Isso serve até para robôs de pagamentos, o que permite a comerciantes vender seus produtos sem depender de sistemas externos.

API do Telegram ou TDLib

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A API do programa é voltado para quem deseja ter seu próprio aplicativo, mas sem precisar criá-lo do zero. A biblioteca do Telegram contém uma database completa (TDLib) que pode ser usada como um ponto de partida para desenvolvedores criarem suas soluções conectadas à plataforma de mensagens.

Novamente, por ser uma API aberta, é livre para que qualquer pessoa possa desenvolver em cima do código livre. A TDLib cuida dos detalhes de implementação rede, criptografia e armazenamento local de dados, assim o criador precisa se preocupar apenas com o design, a interface e as animações do seu app.

A API suporta todos os recursos do Telegram e está em constante evolução para apresentar novas funcionalidades. Outra vantagem dessa abertura é a imensa compatibilidade com sistemas operacionais: Android, iOS, Windows, macOS, Linux e qualquer outro que você queira portar, já que a biblioteca é compatível com quase todas as linguagens de programação atuais.

API aberta, mas nem tanto

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Embora tenha o código aberto, e ofereça a liberdade para você criar seu próprio software, a API do Telegram tem uma limitação importante. Você só poderá usar dados do Telegram e voltados para a rede geral do mensageiro. Esqueça a ideia de ter um servidor local ou um banco de dados exclusivo.

A API permitirá que você crie seu próprio app, mas ele não poderá ter vida própria. Isso porque o serviço está totalmente vinculado ao número de telefone usado, sendo impossível dissociá-lo do código-fonte. Quando você fizer o login, o programa carregará todas as mensagens trocadas anteriormente no Telegram original.

Até existe uma possibilidade de a pessoa criar uma interface voltada para comunicação segura de uma empresa, mas isto vai exibir um elevado conhecimento em desenvolvimento e vários ajustes no back-end. Mesmo assim, o serviço ainda ficará atrelado à rede do Telegram, então é uma espécie de "liberdade limitada".

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O código do Telegram tem algumas partes totalmente imutáveis ou complexas demais, o que demandaria tempo e conhecimento para mergulhar nas minúcias da programação. Então, pode-se dizer que uma modificação total seria praticamente impossível, embora a API seja classificada como aberta.

Este "engessamento" é uma das razões pelas quais você não vê tantas alternativas ao Telegram original no mercado. Existe a versão X, desenvolvida pelos próprios criadores do Telegram, porém com uma pegada mais rápida e leve — mais indicada para máquinas menos potentes —, e algumas pouquíssimas variações. Mesmo assim, estima-se que menos de 5% dos usuários utilize uma versão paralela ao programa clássico.

Em resumo, o Telegram é um programa com uma API aberta e um código-fonte "livre" para uso de quem desejar. Mas ele pode não ser a melhor solução se você está começando agora no mundo da programação ou se pretende criar um software com vida própria.