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O que é uma versão LTS?

Por  • Editado por Douglas Ciriaco |  • 

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Desola Lanre-Ologun/Unsplash
Desola Lanre-Ologun/Unsplash

Dentro do universo do software livre e de projetos de código aberto, como distribuições Linux, frameworks e IDEs de desenvolvimento, existe a demanda por programas com estabilidade garantida por meses ou até anos. Tal exigência gerou mudanças no ciclo de vida útil de algumas aplicações, que lançaram “versões LTS” de seus próprios programas para este público específico; mas o que são essas distribuições LTS?

O que signfica versão LTS?

Sigla para Long-term support  (ou suporte de longo prazo, em português), LTS é uma variação de um software cujo principal objetivo é proporcionar estabilidade por longos períodos. É um conceito presente em alguns programas que normalmente atuam nos “bastidores” do mundo digital — sistemas operacionais ou ferramentas de criação, por exemplo — e que demandam maior confidencialidade, integridade e disponibilidade no cotidiano.

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Quando um software está na sua versão LTS, a frequência de atualizações e ciclo de vida são diferentes: os desenvolvedores se comprometem com o suporte ao aplicativo por um período prolongado — algo que se estende por anos na maioria dos exemplos. O pacote inclui uma seleção de ferramentas que se mostraram mais seguras, estáveis e indispensáveis para o aplicativo.

Vantagens do LTS

Por isso, as distribuições com suporte de longo prazo exaltam as importâncias dos três pilares da Segurança da Informação:

  • Confidencialidade é a garantia de que a informação será restrita e disponível exclusivamente para os usuários autorizados;
  • Integridade é a preservação das informações em seu último estado;
  • Disponibilidade define a disposição dos dados sempre que solicitados pelos colaboradores — ou seja, um sistema menos disruptivo mas seguro, acima de tudo.

Portanto, em cenários em que o funcionamento pleno das ferramentas é crucial para alguma plataforma, o software LTS entra em ação. O ritmo reduzido de atualizações somado ao suporte garantido das versões correntes cria características indispensáveis para sistemas que precisam rodar a todo momento ou para corporações que precisam proteger suas informações mais sensíveis — mas ter acesso a elas sempre que necessário.

Exemplos de software LTS

Os exemplos mais palpáveis desse versionamento focado em estabilidade costumam vir de distribuições Linux. A grande popularidade desses sistemas em servidores, por exemplo, cria demanda por sistemas mais estáveis e distantes das necessidades do usuário comum, normalmente menos exigente quanto à "segurança bruta", mas mais preocupado com a chegada de novos recursos.

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O público que preza mais pela integridade dos softwares é o que se chama de usuários de projeto de missão crítica, um conceito em tecnologia da informação que define sistemas cuja paralisação, erro ou perda podem gerar grandes transtornos — não necessariamente financeiros, mas também sociais.

Se precisar de um exemplo da grande utilidade das versões LTS, porém, imagine a infraestrutura digital de uma das maiores instituições financeiras do Brasil. Informações sensíveis de todos os clientes — pessoas físicas, corporações e governos — e de colaboradores estão contidas nos vários servidores comandados pela gigante.

Logicamente, há redundâncias de informações em vários sistemas para evitar que ele seja perdido por definitivo, contudo, é crucial que as iterações não falhem. Se faltarem alternativas para recuperar as informações, o dano por vezes é imenso e potencialmente irreversível.

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Sendo assim, os servidores que comportam as informações ou que viabilizam serviços — o que inclui bancos, plataformas de streaming, serviços de entrega, sites governamentais e muitos outros — não podem se dar ao luxo de falhar. E devido à baixa demanda por recursos mais novos e inéditos, não precisam de tantas atualizações — embora apreciem o suporte e correções de vulnerabilidades por longos períodos.

Preciso usar a versão LTS?

Normalmente, não. Se você não faz questão de ter programas com ferramentas mais enxutas, pautadas da estabilidade e segurança, não é necessário utilizar a versão LTS de nenhum software. Contudo, se estuda formas de tornar uma infraestrutura de dados mais estável ou quer conhecer o universo de software livre, considere adotá-los se forem úteis para suas aplicações.

Para o usuário de versões LTS, novidades nesses programas são dispensáveis: não são os recursos mais recentes, ferramentas mais variadas e outras perfumarias a prioridade. Nada impede que um usuário comum considere esses conceitos mais importantes, por isso, se for o caso, também seria interessante migrar para uma versão com suporte de longo prazo.

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Na prática, a diferença em usabilidade pode variar de acordo com as limitações de cada software, portanto é importante analisar as diferenças entre versões e o período de cada ciclo antes de migrar para a solução mais estável. Nas distribuições de Linux Ubuntu e Trisquel, por exemplo, o suporte dura cinco anos; no Blender, apenas 2 — sendo assim, avalie a utilidade e suas necessidades antes de adotar um desses softwares para o cotidiano.