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Microsoft tenta mais uma estratégia para forçar uso do Edge

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 15 de Novembro de 2021 às 20h30

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Felipe Freitas/Canaltech
Felipe Freitas/Canaltech
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De tempos em tempos, a Microsoft faz alguns experimentos para tentar valorizar os próprios produtos, como a integração do Bing na barra de tarefas do Windows e a dificuldade para trocar o navegador padrão no Windows 11. Agora, a gigante do software usa mais uma tática para enfiar goela abaixo o Microsoft Edge ao bloquear aplicativos como o EdgeDeflector, o Firefox e similares.

Esses softwares permitem que o usuário exiba os resultados da pesquisa no Menu Iniciar no seu browser favorito, em vez de abri-los no Edge como é definido de fábrica. No modelo atual, mesmo que você use o Chrome ou outro navegador, o Windows 11 sempre abrirá o Edge quando a pesquisa for feita pela ferramenta do sistema, com direcionamento automático para o mecanismo de busca Bing. O bloqueio também foi expandido para quem precisa encontrar widgets não listados no Windows 11.

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Com o EdgeDeflector, a pessoa pode ignorar as restrições e abrir os resultados da pesquisa do navegador padrão da sua escolha, o que pode apresentar resultados mais eficazes. De início, as pessoas pensaram que fosse apenas um bug de compatibilidade, mas a Microsoft confirmou o bloqueio para todos os usuários a partir do lançamento da sua próxima atualização do Windows 11, programada para as próximas semanas.

Mudança seria para preservar experiência

Nenhum desenvolvedor poderá mais acessar links de protocolo microsoft-edge, pois isto ficará restrito ao Edge. Em entrevista ao site The Verge, a empresa confirmou a restrição porque a experiência de pesquisa na barra de tarefas não havia sido projetada para ser redirecionada. "Quando tomamos conhecimento de um redirecionamento impróprio, emitimos uma correção”, explicou o porta-voz.

Essa correção já chegou para usuários Beta e Release Preview na última sexta-feira sem a presença do EdgeDeflector. O desenvolvedor do software, Daniel Aleksandersen, fez uma dura crítica no blog da empresa acerca do assunto. “Essas não são mais as ações de uma empresa atenciosa que se preocupa mais com seu produto. [...] A Microsoft não é uma boa administradora do sistema operacional Windows. Eles estão priorizando anúncios, bundleware e assinaturas de serviço sobre a produtividade de seus usuários”, descascou Aleksandersen.

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Os cerca de 500 mil usuários do EdgeDeflector ficaram reféns da ferramenta, mas a mudança também pode ter afetado quem usa do Fiferox e o Brave, dois navegadores que haviam copiado a funcionalidade do app para suas próprias soluções. Para Daniel, talvez essa explosão na quantidade de pessoas é que tenha acendido o sinal vermelho na companhia e levaram os desenvolvedores a apresentar uma correção definitiva.

Mozilla também critica decisão

"As pessoas merecem escolha. Eles devem ter a capacidade de definir padrões de forma simples e fácil, por isso sua escolha de navegador padrão deve ser respeitada”, teria dito um porta-voz da Mozilla em um comunicado ao The Verge. “Trabalhamos no código que inicia o Firefox quando o protocolo microsoft-edge é usado para os usuários que já escolheram o Firefox como navegador padrão. Após a recente mudança para o Windows 11, esta implementação planejada não será mais possível”, explicou.

Curiosamente, a solução da Mozilla possibilita a definição do Firefox como navegador padrão no Windows 10 e Windows 11 com apenas um clique. Hoje, essa funcionalidade é acessível se você baixar o app diretamente do site da organização, mas foi excluída da versão hospedada na Microsoft Store. Isso tem a ver com o pacote usado pela loja oficial do Windows: quando os usuários escolhem o Firefox como navegador padrão, o programa não funciona em um ambiente MSIX.

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A empresa já era criticada por dificultar a troca de apps padrões, que precisa ser feito pela configuração "Aplicativos Padrão" no Windows 11 e definidos um a um conforme a extensão do arquivo. Antes, você apenas estabelecia qual navegador gostaria de usar quando instalava um software novo e tudo relacionado a ele era vinculado.

O que é realmente lamentável é o fato de a Microsoft tentar forçar o uso do seu navegador. O Edge já se mostrou uma alternativa viável e eficiente ao Chrome, Firefox e outras soluções do mercado, por isso é desnecessário tomar esse tipo de atitude arbitrária. Segundo dados da StatCounter, em outubro de 2021, o Edge dominava 3,99% do mercado, a terceira posição no ranking geral, à frente de programas clássicos como o Opera e o Firefox e atrás apenas do Chrome e do Safari.

Fonte: CTRL Blog, The Verge