Meta notifica usuários brasileiros sobre coleta de dados para treinar IA
Por André Lourenti Magalhães |
A Meta começou a enviar e-mails para usuários do Facebook e do Instagram no Brasil para informar que vai usar informações públicas das contas no treinamento de recursos de IA. O comunicado, enviado a partir da noite de terça-feira (3), confirma que novas experiências com inteligência artificial vão chegar aos produtos da empresa no Brasil e oferece uma opção para se opor ao uso dos dados.
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O e-mail com cada conta é uma forma de atender às exigências da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que recentemente liberou o treinamento pela Big Tech e incluiu algumas regras ao processo. A autarquia emitiu uma medida preventiva contra a Meta em julho para impedir o uso das informações dos usuários no desenvolvimento de IAs e mudou a decisão no fim de agosto.
A empresa informa que vai usar as informações públicas “com base no legítimo interesse” e voltada para “desenvolver e melhorar os modelos de IA generativa para os recursos e experiências de IA na Meta”. Caso o usuário não concorde com a decisão, é possível preencher um formulário e impedir que a empresa use os dados para estes fins.
O formulário já estava disponível há algum tempo nas configurações da conta da Meta — você pode conferir um passo a passo para preenchê-lo aqui. De acordo com a Big Tech, quem já fez o pedido antes não precisa enviar os documentos novamente.
As mudanças serão mencionadas nas políticas de privacidade de ambas as redes sociais e entrarão em vigor a partir de 9 de outubro de 2024.
Ferramentas de IA da Meta
A decisão da ANPD, acompanhada da comunicação aos usuários, abre caminho para a Meta lançar novas ferramentas de IA generativa no Brasil. Uma das novidades que devem chegar em breve é o Meta AI, chatbot usado para responder a perguntas, criar figurinhas e gerar imagens nos aplicativos da empresa.
O Meta AI foi liberado para países vizinhos da América do Sul em julho deste ano, mas o Brasil ficou de fora devido à situação da empresa com a autarquia de dados. A empresa aposta alto no recurso e Mark Zuckerberg já mencionou os planos de torná-lo o assistente de IA mais usado em todo o mundo até o final do ano.
Antes da suspensão, o WhatsApp tinha uma função para criar figurinhas com IA — ainda não há previsão de retorno, mas a ferramenta deve voltar ao app em breve.
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