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Softwares piratas são porta de entrada para mais de 20 tipos de malware

Por| Editado por Claudio Yuge | 28 de Setembro de 2022 às 13h20

Fredrick Tendong/Unsplash
Fredrick Tendong/Unsplash
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Os jogos e softwares pirateados são, mais uma vez, a isca para atrair os usuários a uma cadeia de infecção que pode levar à contaminação por mais de 20 diferentes tipos de malware. O foco está nos usuários do Windows, que podem ter seus computadores comprometidos por diferentes pragas de uma só vez a partir do dropper NullMixer.

O trojan, que serve como um vetor de entrada para contaminações posteriores, foi analisado pela Kaspersky e encontrado em mais de 47,7 mil computadores ao redor do mundo. O Brasil é citado como um dos países mais atingidos pelas contaminações, ao lado da Índia, Rússia, Itália, Alemanha, EUA, França, Egito e Turquia.

Pesquisas no Google por games e softwares de produtividade ou utilitários específicos levam os usuários a sites fraudulentos que distribuem o dropper. Ele é baixado em um arquivo ZIP, disfarçado de ativador, os chamados cracks que permitem usar uma aplicação como se ela tivesse sido adquirida, mas não entregam o que prometem, enquanto abrem as portas para uma quantidade considerável de comprometimentos.

Softwares piratas são porta de entrada para mais de 20 tipos de malware
Pesquisas no Google por ativadores de softwares e jogos levam a sites fraudulentos, que baixam falso crack e podem trazer dezenas de malwares de uma vez ao PC das vítimas (Imagem: Reprodução/Kaspersky)

Ajuda, ainda, o fato de que muitos usuários de soluções pirateadas sabem que os ativadores ativam antivírus, que os detectam como perigosos. Assim, alertas de aplicações de segurança sobre o perigo dos vírus podem acabar sendo ignorados, abrindo ainda mais o caminho para a campanha de contaminações.

Entre as possibilidades de exploração está o roubo de senhas, carteiras de criptomoedas e dados de cartão de crédito armazenados em navegadores, o furto de cookies para acesso a serviços, mineradores de ativos digitais e spywares que acompanham o que é digitado ou aparece na tela. As opções disponíveis aos criminosos incluem famílias de malware conhecidas como RedLine Stealer, SmokeLoader, Joker, Vidar e PseudoManuscrypt.

Os especialistas da Kaspersky citam, entretanto, um comportamento fora do normal. Não há muita intenção de manter a contaminação furtiva quando uma máquina é infectada de uma vez só por diversos vírus diferentes, que com certeza gerarão comportamentos estranhos notados pelo usuário ou cairão em alertas de softwares de segurança.

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Softwares piratas são porta de entrada para mais de 20 tipos de malware
Vírus vêm em pacotes no formato ZIP, para fugir de detecção, e se aproveitam do fato de que, ao usar ativadores, os usuários já sabem que podem ignorar alertas de softwares de segurança (Imagem: Reprodução/Kaspersky)

Enquanto a onda de ataques não pôde ser atribuída a uma quadrilha específica, o comportamento faz pensar em um dropper em desenvolvimento ou um grupo cibercriminoso querendo mostrar que sua exploração funciona. A quantidade de famílias que podem ser entregues pelo NullMixer é tanta que os pesquisadores decidiram, no relatório inicial, detalhar apenas as mais proeminentes delas.

A recomendação dos pesquisadores é para que os usuários evitem baixar games e aplicativos de sites suspeitos ou não reconhecidos, preferindo lojas oficiais ou páginas de seus desenvolvedores. Informações pessoais e financeiras também não devem ser passadas em páginas desse tipo, enquanto usuários comprometidos devem realizar uma checagem completa de segurança, trocando senhas e observando serviços em busca de qualquer comportamento suspeito.

Fonte: Kaspersky