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Custos de vazamentos de dados são repassados por empresas aos consumidores

Por| Editado por Claudio Yuge | 27 de Julho de 2022 às 16h20

Pixabay/csamhaber
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Prejuízos envolvendo a recuperação após incidentes de segurança e vazamento de dados estão sendo repassados aos clientes das plataformas atingidas. É o que mostra uma pesquisa da IBM que, mais uma vez, exibe recorde no total de gastos após incidentes cibernéticos, um número em crescimento constante e que aumentou 12,7% desde 2020.

De acordo com a pesquisa da empresa, o custo médio de um incidente de vazamento de dados em 2022 é de US$ 4,35 milhões (R$ 23 milhões), 2,6% acima do registrado no ano passado. Com isso, 60% dos participantes do estudo afirmaram que seus produtos e serviços subiram de preço em decorrência de ataques sofridos no ano anterior, como forma de equilibrar as contas após o prejuízo.

Essa é uma realidade, inclusive, no Brasil, considerado o país com a maior taxa de crescimento nos prejuízos ano a ano. Por aqui, em 2022, o custo médio de recuperação ficou na casa do US$ 1,38 milhão (R$ 7,3 milhões), um crescimento assustador de 27,8% em relação a 2021; em valores absolutos, estamos na 16ª colocação no ranking global.

Custos de vazamentos de dados são repassados por empresas aos consumidores
Após queda registrada em 2020, custos médios de incidentes de segurança com vazamento de dados vêm crescendo consistentemente, Brasil está entre os 20 maiores em valores absolutos (Imagem: Divulgação/IBM)

Os danos são de longo prazo, também, com as companhias afirmando que as perdas continuam mesmo após a contenção do incidente e retomada dos sistemas. Em alguns casos, os prejuízos ainda eram registrados mais de um ano depois de serem vítimas de cibercrime, com o aumento resultante nos valores de serviços oferecidos sendo maior, até mesmo, que o decorrente de fatores econômicos comuns, como a inflação ou a ainda presente escassez de chips.

Os Estados Unidos aparecem como o país com maior custo médio após ataques cibernéticos, com US$ 9,44 milhões (R$ 50 milhões) e um crescimento de 4,3% em relação a 2021, seguido do Oriente Médio (US$ 7,46 milhões ou R$ 39,5 milhões) e do Canadá (US$ 5,64 milhões ou R$ 29,8 milhões). Dos 17 países analisados pelo estudo da IBM, apenas seis apresentaram redução: Alemanha, Japão, França, Coreia do Sul, Escandinávia e Turquia.

Setores críticos, como não poderia deixar de ser, apresentam os valores de mitigação mais altos. A área de saúde liderou o ranking com custo médio de US$ 10,1 milhões (R$ 53,4 milhões), à frente dos serviços financeiros (US$ 5,97 milhões ou R$ 31,6 milhões) e da indústria farmacêutica (US$ 5,01 milhões ou R$ 26,4 milhões). Em temos pós-vacina e com novas epidemias surgindo, os segmentos também lideram a lista dos mais visados por cibercriminosos.

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Baixa visibilidade e demora em ações aumentam custos

Custos de vazamentos de dados são repassados por empresas aos consumidores
Em tempos de ressaca da pandemia, empresas de saúde e farmacêuticas ocupam duas das três colocações mais alta, junto com os serviços financeiros que sempre são alvo de ataques (Imagem: Divulgação/IBM)

A pesquisa da IBM revelou que, em média, as corporações levam impressionantes 207 dias para identificar uma brecha e 70 dias para a conter. Os números são altos, mas também representam redução em relação a 2021, quando os totais eram de, respectivamente, 212 dias e 75 dias.

É uma demonstração de preparo um pouco maior, mas também, de uma maior disseminação do cibercrime. 17% das empresas consultadas afirmaram terem sido atingidas pela primeira vez em 2022, com erros humanos sendo a razão de 21% dos incidentes registrados. Falhas na infraestrutura de TI, por enquanto, aparecem como a razão de 24% dos casos.

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No mundo, as credenciais roubadas seguem como o principal vetor de ataques cibernéticos, sendo responsáveis por 19% dos incidentes. São estas, também, as ocorrências com maior demora na resposta e também custos de recuperação mais altos; as campanhas de phishing aparecem em segundo lugar, com 16%, enquanto ransomware foram 11%.

O estudo da IBM também mostrou uma dificuldade das organizações em aplicar boas práticas de segurança, monitoramento e visibilidade. 80% das organizações críticas consultadas não possuíam estratégias de confiança zero, ainda que o total das que efetivamente aplicaram tais parâmetros tenham crescido 7%.

Em outro caso, 43% das empresas afirmaram ainda estarem nos estágios iniciais de aplicação de práticas de segurança em sistemas remotos ou de nuvem, enquanto somente 44% utilizam sistemas de proteção estendida, conhecidos como XDR, que coletam dados de diferentes camadas para monitoramento e tomada de ação. Ainda, 62% afirmaram não terem mão de obra suficiente para aplicar as medidas devidas, no que foi citado como o principal motivo para estas aberturas.

A pesquisa da IBM consultou 550 organizações de 17 mercados, todas impactadas por incidentes cibernéticos envolvendo vazamentos de dados entre março de 2021 e o mesmo mês de 2022.

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Fonte: IBM