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Pesadelos frequentes podem ser um sinal precoce de Parkinson, revela estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Junho de 2022 às 09h50

 Stefan Keller/ Pixabay
Stefan Keller/ Pixabay
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Maior frequência de pesadelos pode ser um indicador da doença de Parkinson naquelas pessoas que já passaram dos 60 anos, sugere um estudo britânico. A descoberta ainda é preliminar — e só foram incluídos homens entre os voluntários —, mas o fato pode ajudar no diagnóstico precoce desta doença neurodegenerativa que limita, de forma gradual, a capacidade motora do paciente.

Publicado na revista científica eClinicalMedicine, o estudo sobre a relação entre pesadelos e o diagnóstico precoce do Parkinson foi liderado pelo pesquisador Abidemi I. Otaiku, do departamento de neurologia da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.

Pesadelos na velhice podem ser um indicador precoce da doença de Parkinson (Imagem: Wavebreakmedia/Envato Elements)
Pesadelos na velhice podem ser um indicador precoce da doença de Parkinson (Imagem: Wavebreakmedia/Envato Elements)

"A doença de Parkinson (DP) está associada a alterações na fenomenologia do sonho — incluindo um aumento da frequência de sonhos angustiantes", explica o cientista Otaiku sobre a recente descoberta.

Entenda o estudo sobre os pesadelos

Para chegar a esta conclusão, a pesquisa usou dados de 3,8 mil homens, com 67 anos ou mais, que viviam nos Estados Unidos e foram acompanhados por 12 anos. No início do estudo, os voluntários preencheram uma série de questionários, incluindo perguntas sobre a qualidade do sono.

No total, 91 pacientes foram diagnosticados com a doença de Parkinson, o que é um número estatisticamente baixo. Curiosamente, a maioria dos diagnósticos aconteceu nos primeiros cinco anos do estudo.

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A partir desses resultados, os pesquisadores concluíram que os participantes que experimentavam pesadelos frequentes eram duas vezes mais propensos a desenvolver a doença em comparação com aqueles que não o faziam.

É alternativa para o diagnóstico do Parkinson?

“Embora precisemos realizar mais pesquisas nesta área, identificar a presença de pesadelos pode indicar que indivíduos que experimentam mudanças em seus sonhos na velhice — sem nenhum gatilho óbvio — devem procurar aconselhamento médico”, orienta o pesquisador Otaiku, em comunicado.

Apesar da descoberta preliminar, a ciência ainda busca algumas hipóteses para explicar o porquê dos pesadelos serem associados ao risco de Parkinson. Por enquanto, o que se entende é que o início tardio dos pesadelos é um possível sinal precoce de neurodegeneração pelo menos em homens, mas não se especula sobre a causa.

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Agora, mais estudos devem se aprofundar na questão. No futuro, a equipe britânica planeja usar exames de eletroencefalografia (EEG) para descobrir as razões biológicas das mudanças nos sonhos. Também quer entender se os pesadelos têm alguma associação com o Alzheimer.

Fonte: eClinicalMedicine University of Birmingham