FDA proíbe a venda de cigarros eletrônicos da Juul nos EUA
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 23 de Junho de 2022 às 19h15
A Food and Drug Administration (FDA) anunciou, nesta quinta-feira (23), que a fabricante de cigarros eletrônicos Juul Labs está proibida de vender seus produtos de nicotina nos Estados Unidos. A organização tem atividade semelhante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.
- Brasil deve manter proibição ao cigarro eletrônico, defende Conselho de Medicina
- Vapes: Anvisa busca dados sobre a segurança dos cigarros eletrônicos
Em nota ao jornal The New York Times, a Juul disse que iria recorrer da decisão proferida pela agência FDA. Sem o mercado norte-americano de cigarros eletrônicos, a empresa pode encontrar dificuldades para comercializar os seus produtos e ter seus lucros afetados.
A decisão da agência de saúde é parte de um plano maior, que busca regular e analisar os produtos de todas as empresas que comercializam cigarros eletrônicos, incluindo cartuchos, no país. O ponto defendido pela FDA é entender se os itens podem ajudar, de fato, pessoas a reduzir o consumo dos cigarros tradicionais ou se eles estimulam o hábito em adolescentes e jovens.
O movimento também é feito pela Anvisa, com a diferença de que, hoje, os vapes já são proibidos no Brasil. Apesar da proibição vigente, membros da agência levantam dados para justificar a proibição ou para regularizar o seu uso. O entendimento defendido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) é que os cigarros eletrônicos não devem ser comercializados nacionalmente.
Por que os cigarros eletrônicos da Juul foram proibidos?
Antes de proferir a decisão que proíbe a venda dos cigarros eletrônicos da Juul, a FDA analisou por quase dois anos inúmeros dados científicos e sobre saúde pública, fornecidos pela empresa. No entendimento da agência reguladora, faltaram evidências para justificar que a venda dos produtos poderiam beneficiar a saúde coletiva.
Isso porque os riscos de levar novos usuários a experimentarem o produto — no caso, os adolescentes — superariam os benefícios para aqueles que desejam parar de fumar os cigarros tradicionais. Outra questão levantada foi a de que os dados seriam insuficientes e conflitantes sobre produtos químicos potencialmente nocivos que poderiam, eventualmente, vazar e causar danos ao usuário.
“A ação de hoje é mais um progresso no compromisso da FDA em garantir que todos os produtos, como cigarros eletrônico e sistemas eletrônicos de entrega de nicotina, que são comercializados atendam aos nossos padrões de saúde pública”, afirmou o médico Robert M. Califf, comissário da agência, em comunicado.
Por outro lado, em março deste ano, a agência autorizou a venda de diferentes tipos de produtos da Logic Technology Development. A justificativa da FDA foi de que a empresa conseguiu comprovar que seus produtos provavelmente ajudariam os adultos a fazer a transição dos cigarros tradicionais, apresentando um baixo risco de atrair usuários jovens.
Além da regulação dos cigarros eletrônicos, a FDA tem investido contra o mercado tradicional de tabaco. Na terça-feira (21), a agência anunciou planos para reduzir os níveis de nicotina nos cigarros tradicionais. Por enquanto, nada foi oficializado.
Fonte: NYT