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1º hospital conduzido por IA poderá atender pacientes humanos na China

Por| Editado por Luciana Zaramela | 31 de Maio de 2024 às 12h05

Sungmin Cho/Pixabay
Sungmin Cho/Pixabay
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Na China, cientistas da Universidade Tsinghua desenvolvem o primeiro "hospital de IA" do mundo, com a missão de um dia facilitar os atendimentos médicos humanos e o treinamento de novos profissionais da saúde. Entretanto, durante a primeira etapa de implementação, apenas médicos, enfermeiros e pacientes virtuais (bots de IA) irão acessar o ambiente virtual, construído a partir da inteligência artificial generativa.

No futuro, a expectativa dos desenvolvedores chineses é de que os médicos-robôs guiados por IA possam atender 3 mil pacientes por dia. No entanto, há um longo percurso para que isso se torne realidade — em caso de erro, quem responderá legalmente por um médico do hospital de IA? E o que fazer em caso de alucinação de IA?

A base para o experimento do hospital com IA da China é um projeto desenvolvido anteriormente por pesquisadores da Universidade Stanford, nos EUA. Isso porque os norte-americanos criaram uma "cidade de IA", como uma simulação completamente autônoma do popular game The Sims.

Através da cidade virtual apelidada de Smallville, os cientistas de Stanford puderam acompanhar o desenvolvimento de 25 bots ("pessoas"), programados com o modelo de linguagem GPT-3.5 (da OpenAI), viveram as suas vidas e se desenvolverem. Eles tinham capacidade de memória e até de planejamento.

O projeto por si só seria bastante curioso e poderia render análises "antropológicas", mas o objetivo dos pesquisadores foi criar uma IA capaz de produzir um comportamento semelhante ao humano, como os autores detalham em preprint — estudo científico sem revisão por pares — publicado na plataforma arXiv. A ideia da equipe de pesquisa da China é criar um experimento similar, mas totalmente focado na saúde e na rotina de um hospital.

Hospital com IA da China

Por trás do hospital guiado por IA, está o cientista Liu Yang, reitor do Institute for AI Industry Research (AIR) e membro do Departamento de Ciência da Computação e Tecnologia da Universidade Tsinghua,

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Em entrevista para o site Global Times, Yang conta que na simulação, apelidada de Agent Hospital, pacientes virtuais serão atendidos por médicos e enfermeiros virtuais — apenas bots. A ideia é que esse ambiente simulado permita desenvolver a IA generativa para que, eventualmente, possa ajudar pessoas reais, em busca de tratamento médico. 

No total, foram criados 15 médicos e quatro enfermeiros para diagnosticar doenças e desenvolver a melhor estratégia de tratamento, além de planejar como será possível dar suporte diariamente a essas atividades. O hospital deve abrir as portas no segundo semestre deste ano.

Treinamento de novos médicos

Quando a simulação estiver em pleno funcionamento, ela poderá ser usada para o treinamento de futuros médicos. Ao simular uma infinidade de sintomas e doenças, esses profissionais terão uma oportunidade única de treinar as suas habilidades, sem colocar ninguém em risco de vida real, como sugere Yang.

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Triagem de pacientes doentes

Agora, se os pacientes do hospital de IA forem reais e os médicos virtuais, será possível acelerar os processos de triagem durante uma teleconsulta, por exemplo. Com a seleção de prioridade para os atendimentos mais urgentes, há possibilidade de salvar vidas. Ainda mais no futuro, bots com IA generativa poderão até diagnosticar doenças.  

No futuro, médicos do hospital de IA da China poderão atender pacientes humanos, segundo desenvolvedores (Imagem: DC_Studio/Envato)
No futuro, médicos do hospital de IA da China poderão atender pacientes humanos, segundo desenvolvedores (Imagem: DC_Studio/Envato)

Embora toda a história de um hospital guiado por IA na China pareça ficção científica, o projeto de pesquisa está bem próximo da realidade. Hoje, remédios desenvolvidos com IA já estão em fase de testes clínicos, ou seja, são testados em humanos, o que demonstra apenas uma das revoluções possíveis na área da saúde com as novas tecnologias.

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Fonte: Global Times e arXiv