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Nanorrôbos de DNA podem se "reproduzir" e revolucionar a saúde

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Dezembro de 2023 às 20h20

Stockgiu/Freepik
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Cientistas da Universidade de Nova York, nos EUA, e da Academia Chinesa de Ciências, na China, trabalham em um novo projeto que pode revolucionar a criação de estruturas minúsculas, especialmente na área de saúde. É o desenvolvimento de nanorrobôs constituídos de DNA, com três dimensões (3D), capazes de se reproduzirem em situações adequadas.

Os primeiros detalhes sobre os nanorrobôs criados com filamentos de DNA foram compartilhados na revista Science Robotics. Neste artigo, os autores detalham o que essas estruturas são capazes de fazer hoje.

“Os robôs industriais, em nanoescala, têm potencial para serem plataformas de fabricação e são capazes de executar automaticamente tarefas repetitivas para manusear e produzir nanomateriais com precisão e exatidão”, afirmam os responsáveis pelo invento.

Como funciona o robô de DNA?

“Nosso robô programável, de aproximadamente 100 nanômetros, agarra diferentes peças [filamentos de DNA], as posiciona e as alinha para que possam ser soldadas, realiza a construção [dessas estruturas] e retorna à sua configuração original pronto para a sua próxima operação”, descrevem os pesquisadores.

Cientistas criam nanorrobôs 3D com filamentos de DNA (Imagem: Zhou et al., 2023/Science Robotics)
Cientistas criam nanorrobôs 3D com filamentos de DNA (Imagem: Zhou et al., 2023/Science Robotics)

Apesar da capacidade surpreendente de ação, a atividade dos nanorrobôs criados com DNA ocorre em resposta à temperatura externa e aos raios ultravioletas (UV). Sem essas duas variáveis, ele não é capaz de se autorreplicar, por exemplo.

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Outra limitação é que só conseguem construir uma cópia de si ou outras estruturas com fragmentos precisos de DNA. Em outras palavras, eles não recortam e nem produzem o DNA sob demanda, apenas o usam um bloco de construção já existente.

Função dos nanorrobôs

Para os autores, esta é uma ferramenta para nanofabricação que “abrirá a porta para a criação de nano e microdispositivos mais complexos e úteis”. Inclusive, pode ser de grande serventia na área da saúde.

No futuro, poderão ser usados para a criação de remédios ou mesmo de enzimas dentro do organismo humanos, conforme a necessidade do paciente. Em caso de pacientes com diabetes, essas estruturas de DNA poderiam produzir insulina para normalizar os níveis de glicose (açúcar) no sangue. Só que, por enquanto, estas ainda são apenas possibilidades, já que nenhum estudo clínico foi realizado.

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Anteriormente, outras estratégias de construção foram utilizadas para criar minúsculos robôs de DNA capazes de "estudar" o funcionamento das células, permitindo novos insights sobre os processos biológicos e patológicos.

Fonte: Science Robotics