Nanorrobôs usam comunicação sem fio para se guiarem no sangue
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Na Suíça, cientistas da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EFPL) desenvolveram um novo jeito de guiar nanorrobôs pelo corpo, de modo totalmente wireless (sem fio). Por enquanto, os testes com a comunicação biomolecular foram feitos em sistemas que simulam o sistema circulatório e o sangue humano.
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Segundo os pesquisadores, encontrar formas de comunicação eficazes para guiar os nanorrobôs é o maior desafio em relação ao uso dessa tecnologia na área de saúde. Afinal, o uso de fios, um método tradicional, é impensável. Além disso, as atuais formas de comunicação wireless, incluindo ondas de rádio, ondas eletromagnéticas e Bluetooth, não funcionam tão bem entre os tecidos humanos para esta finalidade.
Se esta nova proposta de comunicação com os nanorrobôs demonstrar ser eficiente, a medicina estará mais perto de usar a robótica no tratamento personalizado contra inúmeras doenças, incluindo quadros de câncer, onde cirurgias invasivas são altamente arriscadas.
Comunicação biomolecular wireless
A primeira demonstração dessa forma de guiar os nanorrobôs foi feita durante a ACM Sigcomm (Association for Computing Machinery’s Special Interest Group on Data Communications), evento realizado em setembro deste ano.
Para entender, através do sistema desenvolvido, os dispositivos minúsculos recebem orientações vindas de moléculas liberadas pela equipe médica na corrente sanguínea do paciente.
“É uma ideia incrível podermos enviar dados, codificados em moléculas, que passam pela corrente sanguínea”, afirma Haitham Al Hassanieh, professor assistente e um dos autores do estudo, em nota. Com isso, a expectativa é que a equipe consiga indicar onde os robôs precisam ir e quando agir.
No estudo de prova de conceito, os cientistas testaram a tecnologia em um sistema circulatório sintético, composto por tubos e bombas que simulavam vasos sanguíneos e um coração humano. Nessas circunstâncias, foi possível controlar simultaneamente quatro dispositivos, através dos sinais biomoleculares. Agora, é necessário aperfeiçoar a técnica para começar os testes em modelos mais complexos.
Fonte: ACM Sigcomm e EFPL