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TikTok sofre com escalada de vídeos sobre armas de fogo sem moderação

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 08 de Março de 2021 às 15h35

Igor Almenara/Canaltech
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O TikTok pode ser um ótimo exemplo de moderação de conteúdo aos olhos do governo chinês, mas uma evidente tendência cresce entre os criadores da rede social: o uso de armas de fogo. Embora proibido fora de “instalações controladas” para o equipamento, o conteúdo relacionado ao tópico escalou em popularidade — e, aparentemente, a moderação da rede social não é capaz de contê-lo.

De acordo com reportagem do site Digital Trends, a disseminação contempla vários conteúdos nocivos e que violam os termos de uso da rede social. São vídeos que exaltam a fabricação de munição caseira, impressão de armas por impressoras 3D, construção de esconderijos para armas ilegais e outros vídeos que não necessariamente enquadram uma arma nas câmeras, mas apresentam assuntos relacionados ao porte e ao uso desse tipo de equipamento.

Essas violações se tornam especialmente mais perigosas considerando o perfil que compõe a base de usuários da rede social, normalmente pré-adolescentes, adolescentes ou até crianças — que, por sua vez, já não deveriam estar na plataforma por não atenderem à idade mínima. Todas elas estão expostas a esse tipo de conteúdo, que pode ser levado ao seu feed principal automaticamente pelo algoritmo se detectarem “interesse” nas hashtags ou nos criadores de conteúdo.

"Você vende armas?" questiona um dos comentários. (Imagem: Reprodução/Digital Trends)
"Você vende armas?" questiona um dos comentários. (Imagem: Reprodução/Digital Trends)

É proibido, desde que encontremos

O problema da moderação se mostra ainda mais grave ao encontrar os vídeos relacionados a armas de fogo categorizados com hashtags específicas — #gun, #pewpew e #glock” são alguns dos exemplos. A facilidade com que o conteúdo é hospedado e consumido demonstra como a moderação, pelo menos fora da China, é ineficiente para reforçar as próprias políticas do aplicativo.

O TikTok afirmou que não concorda com esse tipo de conteúdo e que “proíbe a troca, venda e a promoção de armas”, removendo as contas e vídeos que contenham esse tipo de assunto. Um porta-voz da companhia estendeu a declaração afirmando que os tutoriais de fabricação de armas, esconderijos ou “proteção coletiva” também estão incluídos no pacote e devem ser denunciados para futura remoção.

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Para a rede social, a criação de conteúdo da prática de tiro em ambiente controlado é permitida, bem como a presença do equipamento em imagens quando nas mãos de uma autoridade policial. Contudo, a companhia não se estende na definição de “campo de tiro” ou quem pode praticar a atividade, resultando em vídeos envolvendo crianças no “esporte familiar”.

Tragédias anunciadas

O resultado dessa combinação explosiva, logicamente, é a ocorrência de acidentes ou transmissão de suicídios, como aconteceu em fevereiro de 2020. Outro exemplo foi o que aconteceu com Areline Martínez, de 21 anos, morta após ser baleada acidentalmente durante a gravação de uma pegadinha para o aplicativo na cidade de Chihuahua, no México, em setembro do ano passado.

(Imagem: Reprodução/Digital Trends)
(Imagem: Reprodução/Digital Trends)
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Curiosamente, mesmo que o TikTok não seja eficiente o bastante para conter esse tipo de conteúdo na rede social, sua presença na China nunca foi um problema. O app abusa de sua experiência na moderação por lá, sem bater de frente com as autoridades locais e se adequando as normas impostas pelo governo.

Por isso, resta a dúvida: como o TikTok consegue oferecer moderação tão distinta entre as duas localidades? Será que a versão chinesa apresenta os mesmos problemas, mas são passam por “vista-grossa” pelas autoridades locais? E, não menos importante, o que o TikTok pretende introduzir para conter a disseminação de mais conteúdo relacionado a armas de fogo?

Fonte: Digital Trends