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Cientistas estudam a emissão de gases do efeito estufa por solos tropicais

Por| Editado por Patricia Gnipper | 31 de Janeiro de 2023 às 12h49

Imagem: Rory McKeever/Unsplash
Imagem: Rory McKeever/Unsplash
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O gás carbônico, embora seja o mais falado gás de efeito estufa, não é o único que possui o potencial de aquecer a atmosfera da Terra. Um estudo recente realizado em Porto Rico avaliou as emissões de outra destas substâncias: compostos de nitrogênio, mais especificamente os emitidos por reações químicas no solo.

O nitrogênio é essencial para a vida, compondo proteínas e aminoácidos. Mas, embora ele seja o elemento mais abundante na atmosfera terrestre, a maior parte dos seres vivos não consegue absorvê-lo diretamente. Esse processo é feito predominantemente no solo, por bactérias conhecidas como fixadoras de nitrogênio.

Ilustração do ciclo do nitrogênio mostrando como bactérias no solo absorve este elemento da atmosfera para então ele ser transferido a outros seres vivos (Imagem: Domínio Público)
Ilustração do ciclo do nitrogênio, mostrando como bactérias no solo absorve este elemento da atmosfera para então ele ser transferido a outros seres vivos (Imagem: Domínio Público)

O nitrogênio absorvido por estas bactérias chega até outros seres vivos através das plantas, mas uma fração dele é devolvida à atmosfera antes disso. A questão é que esse retorno pode ser feito de duas formas: como dinitrogênio (N2) — a forma não reativa que compõe quase 80% da atmosfera — ou como óxido nítrico (NO) e nitroso (NO2) — gases de efeito estufa.

Calculando as emissões do solo

Não é simples medir quanto de nitrogênio o solo emite, a grande presença desse elemento na atmosfera atrapalha as análises. Maya Almaraz, pesquisadora da Universidade de Princeton, foi a Floresta Experimental de Luquillo — uma área de floresta reservada para pesquisas científicas — em Porto Rico, para estudar o processo.

Em um território de quase 12 mil hectares, a cientista e sua equipe mediram as emissões provenientes do solo em diferentes condições de temperatura, relevo e umidade. As descobertas mostraram que são estes dois últimos fatores que influenciam a taxa com que diferentes formas de nitrogênio deixam a superfície.

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Floresta experimental de Luquillo, local onde foi feita a análise da emissão de gases estufa pelo solo (Imagem: U.S. Department of Agriculture/Domínio Público)
Floresta experimental de Luquillo, Porto Rico, local onde foi feita a análise da emissão de gases estufa pelo solo (Imagem: U.S. Department of Agriculture/Domínio Público)

De forma geral, a maior parte das emissões é do inofensivo dinitrogênio: respondendo por até 99% do que é emitido. Além disso, as emissões como um todo são maiores em áreas mais planas e úmidas.

Os cientistas esperam que, à luz de suas novas descobertas, previsões climáticas possam ser mais acuradas.

Fonte: JGR Biosciences Via: Eos