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Novo conjunto de reações químicas pode desvendar origem da vida

Por| Editado por Rafael Rigues | 29 de Julho de 2022 às 11h15

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ANIRUDH/Unsplash
ANIRUDH/Unsplash

Uma equipe de cientistas do Scripps Research, um instituto de pesquisa dos Estados Unidos, descobriu um novo conjunto de reações químicas com cianeto, amônia e dióxido de carbono, compostos considerados comuns na Terra primordial. Eles usaram a combinação de reações com estas substâncias para gerar aminoácidos e ácidos nucleicos, os blocos construtores de proteínas e do DNA.

Ramanarayanan Krishnamurthy, autor principal do estudo que descreve a descoberta, explica que a equipe chegou a um novo paradigma, capaz de explicar a mudança da química prebiótica para a biótica. “Acreditamos que o tipo de reações que descrevemos é, provavelmente, o que pode ter acontecido na Terra primordial”, disse.

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No início do ano, eles haviam demonstrado como o cianeto pode permitir reações químicas que transformam moléculas prebióticas e água em compostos orgânicos básicos, necessários para a vida — com a diferença de que as reações aconteciam em temperatura ambiente, dentro de um amplo intervalo de pH. Depois, eles se questionaram se conseguiriam gerar aminoácidos nas mesmas condições.

Com o sucesso com o cianeto para desencadear novas reações, Krishnamurthy e seus colegas suspeitaram que o composto poderia ajudar a transformar α-cetoácidos, um precursor dos aminoácidos, nestas moléculas. Para isso, eles experimentaram adicionar amônia (uma forma do nitrogênio provavelmente presente na Terra primordial) e acabaram chegando ao dióxido de carbono.

Com este terceiro “ingrediente” na mistura, a equipe começou a observar a formação de aminoácidos. “Se você misturar somente o α-cetoácido, cianeto e amônia, eles só ficam ali; assim que acrescenta o dióxido de carbono mesmo em pequenas quantidades, a reação ganha velocidade”, observou Krishnamurthy. Apesar de ser desencadeada pelo cianeto e não por uma proteína, essa nova reação é relativamente parecida com o que ocorre no interior das células.

Por isso, os pesquisadores acreditam ser mais provável que esta seja a origem da vida primordial, ao invés de reações drasticamente diferentes. “O que queremos fazer depois é continuar investigando que tipo de química pode emergir dessa mistura”, disse Krishnamurthy. “Será que os aminoácidos podem começar a formar pequenas proteínas? Será que alguma delas volta e começa a agir como uma enzima, para formar mais aminoácidos?”, sugeriu.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Chemistry.

Fonte: Nature Chemistry; Via: Scripps Research