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Oracle: 300 funcionários fizeram greve após CTO promover evento pró-Trump

Por| 21 de Fevereiro de 2020 às 18h10

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Cerca de 300 funcionários da Oracle fizeram um protesto de passeata, largando suas posições de trabalho em protesto à decisão do chairman, CTO e fundador da empresa, Larry Ellison, de promover um evento de captação de fundos para o presidente norte-americano Donald Trump, de quem o executivo não é apenas politicamente favorável, mas também é pessoalmente próximo. O evento foi realizado no último dia 19, com o protesto ocorrendo na manhã seguinte.

As informações são da agência de notícias Bloomberg, que reportou o caso, que também indicou que um número não determinado de outros funcionários, embora não tenham abandonado suas posições de trabalho, não ligaram suas máquinas e não trabalharam, em união aos membros da passeata. Antes do evento, diversos funcionários assinaram petição contrária ao anúncio de Ellison.

"O protesto, chamado de ‘Sem Ética/Sem Trabalho’, envolveu cerca de 300 colaboradores que deixaram seus escritórios em passeata ou parando de trabalhar em locais remotos ao meio dia, dedicando o resto do dia a atividades voluntárias civis”, disse a agência, que cita uma fonte que pediu pelo anonimato por temer represálias da empresa.

Larry Ellison, fundador da Oracle e um de seus principais executivos, é próximo de Donald Trump e recentemente promoveu evento de captação de fundos para o presidente norte-americano
Larry Ellison, fundador da Oracle e um de seus principais executivos, é próximo de Donald Trump e recentemente promoveu evento de captação de fundos para o presidente norte-americano

Outras pessoas também mostraram descontentamento com a decisão de Ellison, mas ao invés de juntarem-se à passeata ou às atividades voluntárias — também por medo de um contra-ataque da Oracle —, preferiram fazer doações a entidades de caridade ou a opositores políticos do presidente Trump.

O protesto contou ainda com uma página própria, a qual as restrições de navegação na internet dentro da conexão da Oracle marcou como “não segura” e ressaltando que “o acesso a esta página pode não ser permitido” pela política da empresa. Entretanto, se o usuário fosse um funcionário da Oracle, com ID interno e credencial, não havia impedimento de que a página abrisse, embora o acesso em si fosse logado nos servidores da Oracle, passíveis de rastreio posterior.

Considerando que a Oracle tem mais de 130 mil funcionários, 300 dissidentes dificilmente causariam algum dano à empresa sob qualquer aspecto, mas ainda assim, é um episódio notável de como divergências políticas podem causar atritos no ambiente corporativo — em especial, para uma empresa de fama notoriamente corporativista e tradicional como a Oracle.

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Mas pelo menos não foi nada parecido com o que vem acontecendo no Google, que já teve diversos problemas com isso no passado e ainda é investigado por supostas violações de conduta no âmbito trabalhista. Ironicamente, as duas empresas estão em briga judicial sobre uma questão de propriedade relacionada ao Android.

Oracle e Google devem visitar a Suprema Corte para uma decisão final no mês que vem.

Fonte: Bloomberg