Funcionários da Oracle assinam petição contra arrecadação para campanha de Trump
Por Claudio Yuge | 19 de Fevereiro de 2020 às 10h11
Mais de 2.300 funcionários da Oracle assinaram nesta semana uma petição contra a arrecadação de fundos para a campanha de reeleição do presidente norte-americano Donald Trump em 2020. O evento está marcado para esta quarta-feira (19), em um local no sul da Califórnia, de propriedade do cofundador e presidente da companhia, Larry Ellison.
A Oracle é publicamente conhecida por fornecer tecnologia ao governo dos Estados Unidos e, em comunicado divulgado em setembro do ano passado, a empresa afirmou que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) foi o primeiro cliente a usar seu software de banco de dados décadas atrás. Vale destacar que Leon Panetta, ex-chefe da CIA, ocupa um assento no conselho da firma desde 2015, e em 2016 o CEO Safra Catz se juntou à equipe de transição do presidente Trump.
Aliás, foi com essa proximidade que a Oracle esperava concorrer à altura da Amazon e da Microsoft na polêmica licitação para uso de computação em nuvem no Pentágono. Como sabemos, em outubro, a Microsoft ganhou o contrato do chamado projeto JEDI — o que aumentou a rixa com Jeff Bezos.
Documento diz que apoio a Trump vai contra valores da Oracle
Os peticionários querem que Ellison, atualmente chefe de tecnologia da Oracle, cancele o evento desta quarta-feira. Eles dizem que o comportamento de Trump não está de acordo com os valores da Oracle, um dos quais seria a oposição à corrupção e suborno — o documento cita o processo de impeachment de Trump, em dezembro de 2019.
"O apoio financeiro de Ellison a Donald Trump põe em risco o bem-estar de mulheres, imigrantes, comunidades de cor, meio ambiente, comunidades LGBTQ e trans, pessoas com deficiência e trabalhadores em todos os lugares. Além disso, sua aliança com essa figura ignóbil e destrutiva prejudica a cultura de nossa empresa, bem como nossos relacionamentos com parceiros e clientes", diz o texto com milhares de assinaturas.
A Oracle se recusou a comentar o assunto.
Fonte: CNBC