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Telescópio Kepler encontrou exoplaneta que é quase “irmão gêmeo” de Júpiter

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Abril de 2022 às 09h18

ESA
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Um exoplaneta de massa similar à de Júpiter, orbitando sua estrela a quase a mesma distância entre o gigante gasoso e o Sol, foi identificado pelo telescópio espacial Kepler em 2016. Chamado K2-2016-BLG-0005Lb, este exoplaneta fica a cerca de 17 mil anos-luz da Terra e foi encontrado através de uma lente gravitacional, sendo o primeiro mundo identificado por meio desta técnica ao invés do método primário de detecção do Kepler.

Lançado em 2009, o telescópio Kepler operou por quase uma década em busca de exoplanetas, o nome dado aos mundos fora do Sistema Solar. O exoplaneta K2-2016-BLG-0005Lb foi encontrado em meio a dados coletados pelo observatório entre abril e julho de 2016, período em que o Kepler monitorou milhões de estrelas próximas do centro da Via Láctea, em busca de microlentes gravitacionais.

Trata-se de um efeito descrito pela Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, vindo da distorção do tecido do espaço-tempo causada por algum objeto massivo.

À esquerda, o centro da galáxia observado pelo Kepler, e à direita, pelo telescópio Canada-France-Hawaii Telescope (CFHT); no centro da imagem, aparece a distorção na luz de uma estrela, causada pela gravidade do planeta (Imagem: Reprodução/University of Manchester)
À esquerda, o centro da galáxia observado pelo Kepler, e à direita, pelo telescópio Canada-France-Hawaii Telescope (CFHT); no centro da imagem, aparece a distorção na luz de uma estrela, causada pela gravidade do planeta (Imagem: Reprodução/University of Manchester)

Neste caso, o telescópio Kepler procurou os efeitos causados pela gravidade de exoplanetas e suas respectivas estrelas, distorcendo e ampliando temporariamente a luz de estrelas no fundo, como se fossem lentes. “Ver o efeito exige um alinhamento quase perfeito entre o sistema planetário à frente e a estrela de fundo”, explicou Dr Eamonn Kerins, investigador principal da Science and Technology Facilities Council (STFC) e coautor do estudo.

Após o desenvolvimento de métodos de análise especializada, os sinais candidatos às microlentes foram revelados no ano passado com a ajuda de um novo algoritmo de busca; dentre os cinco sinais candidatos revelados na análise, um tinha indicações claras de uma anomalia consistente com a presença de um exoplaneta na órbita de uma estrela. Depois, novas observações da região em questão mostraram que, de fato, o sinal vinha de um exoplaneta distante.

O Dr Kerins explica que, como o telescópio Kepler conseguiu realizar observações contínuas, independentemente do clima ou da iluminação, a equipe pôde determinar com precisão a massa do exoplaneta e a distância orbital de sua estrela. “É basicamente o irmão gêmeo idêntico de Júpiter em termos de massa e de sua posição em relação à sua estrela, que tem cerca de 60% da massa do Sol”, relatou ele.

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No fim da década, a NASA deve lançar o telescópio espacial Nancy Grace Roman, que irá buscar exoplanetas com o método das microlentes gravitacionais. Já a missão Euclid, da Agência Espacial Europeia, poderá adotar uma abordagem parecida como uma atividade científica adicional. “O Kepler nunca foi projetado para encontrar planetas com microlentes, então é incrível que tenha conseguido fazer issp”, observou Kerins. “O Roman e Euclid, por outro lado, serão otimizados para este tipo de trabalho; eles vão conseguir completar o censo planetário iniciado pelo Kepler.”

O artigo com os resultados do estudo foi enviado para a revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e pode ser acessado no repositório arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: arXiv; Via: Science Alert, The University of Manchester