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Iniciativa global visa reduzir o lixo espacial e incentivar missões sustentáveis

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Junho de 2021 às 10h30

ESA
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Embora nossos olhos não consigam enxergar a grande quantidade de detritos espacias e satélites orbitando a Terra, esse problema crescente ameaça o nosso próprio futuro no espaço. Pensando nisso, a iniciativa global Space Sustainable Rating (SSR) — “Classificação de Sustentabilidade no Espaço”, em tradução livre —, lançada no Fórum Econômico Mundial deste ano, propõe uma nova maneira de abordar este desafio. Ao incentivar um comportamento responsável e transparente, a SSR busca a redução do lixo espacial e a garantia de que as crescentes missões espaciais sejam executadas de maneira segura e sustentável.

Desenvolvida ao longo dos últimos dois anos pelo Fórum, a SSR contou com uma equipe formada pela Agência Espacial Europeia (ESA), o grupo Space Enabled Research do laboratório MIT Media Lab, e com a colaboração da BryceTech e da Universidade do Texas. Agora, a classificação de sustentabilidade entra em sua nova fase e, para isso, o Centro Espacial do Instituto Federal Suíço de Tecnologia (EPFL) foi selecionado para liderar e operar a iniciativa nos preparos de sua implementação. Já início de 2022, as organizações espaciais poderão adquirir certificações de sustentabilidade de acordo com os parâmetros do sistema de classificação.

Concepção artística de um CubeSat com o rótulo de sustentabilidade da inciativa SSR (Imagem: Reprodução/ESA)
Concepção artística de um CubeSat com o rótulo de sustentabilidade da inciativa SSR (Imagem: Reprodução/ESA)

Assim como os rótulos de eficiência energética encontrados em eletrodomésticos, a inciativa deixará em evidência o que as empresas estarão fazendo para proteger o ambiente próximo à Terra. Para isso, alguns fatores foram estabelecidos como o compartilhamento de dados, a escolha da órbita, medidas para evitar colisões e planos para desativar satélites ao fim de suas missões. “A SSR visa influenciar o comportamento de todos os atores do voo espacial, especialmente entidades comerciais, e ajudar a trazer para o uso comum as práticas sustentáveis ​​que necessitamos desesperadamente”, disse Holger Krag, chefe do Programa de Segurança Espacial da ESA.

Ao longo dos últimos anos, o Escritório de Detritos Espaciais da ESA estudou o ambiente de detritos espacias e se tornou uma autoridade líder mundial nesse assunto. Na nova classificação, a agência europeia ajuda a definir a “arquitetura de classificação”, isto é, quais os critérios devem ser adotados para julgar as missões espaciais. O ponto muito importante da SSR é a nova metodologia capaz de quantificar o risco de detritos espacias associados a uma missão específica.

(Imagem: Reprodução/ESA/UNOOSA)
(Imagem: Reprodução/ESA/UNOOSA)

É importante destacar que, atualmente, não existe nenhuma agência reguladora que seja capaz de estabelecer limites ou critérios para o lançamento crescente de satélites à órbita terrestre, mas o novo sistema de classificação é um bom passo inicial nesse sentido. A adesão a SSR será feita de maneira voluntária e, com isto, os operadores de espaçonaves, provedores de lançamentos e fabricantes de satélites poderão apresentar um dos quatro níveis de cerificação — demonstrando seu compromisso com a missão de sustentabilidade.

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Operadores do setor espacial estiveram envolvidos na elaboração do sistema de classificação e alguns deles já manifestaram interesse em adotar a nova ferramenta. Além disso, empresas como a Airbus, Astroscale, AXA XL, elseco Limited, Lockheed Martin, Planet, SpaceX e Voyager Space Holdings apoiaram o conceito da SSR e pretendem adotar o sistema assim que for lançado publicamente.

Fonte: ESA