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Bactérias presentes na ISS evoluíram, mas ainda respondem bem a antibióticos

Por| 23 de Fevereiro de 2020 às 17h30

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Duas espécies bem resistentes de bactérias colonizaram o dispensador de água potável a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). A parte boa é que um novo estudo sugere que elas não são mais perigosas do que as normalmente cepas encontradas no planeta Terra. Pelo menos é o que relata Aubrie O'Rourke, do J. Craig Venter Institute, em artigo na revista PLOS ONE.

Logo após a NASA instalar o dispensador para distribuição de água na ISS, em 2009, as análises periódicas mostraram que duas bactérias, Burkholderia cepacia e, mais tarde, Burkholderia contaminan, estavam contaminando a água potável, disponível para consumo da tripulação.

Esses micróbios pertencem a um grupo de espécies relacionadas à família Burkholderiacea e são conhecidos por causarem infecções pulmonares em hospedeiros com baixa imunidade, além de serem de difícil eliminação. Infelizmente, essas bactérias persistiram e resistiram no dispensador de água, apesar da lavagem periódica com uma solução de limpeza com iodo extrarresistente.

Cientistas encontram duas bactérias descendentes de cepas terrestres no dispensador de água da ISS (Foto: Reprodução/ NASA)
Cientistas encontram duas bactérias descendentes de cepas terrestres no dispensador de água da ISS (Foto: Reprodução/ NASA)

Pesquisando mais sobre essas duas bactérias, os cientistas sequenciaram os genomas de 24 cepas coletadas entre os anos de 2010 a 2014. O resultado foi que todas as cepas de B. cepacia e B. contaminans eram altamente semelhantes e provavelmente descendiam das populações originais dessas bactérias, presentes no dispensador de água quando saiu da Terra. Em outras palavras: iguais aos astronautas, elas tentaram se adaptar ao universo nessa jornada.

Mandar de volta?

No final do estudo, os pesquisadores concluíram que essas duas espécies bacterianas, que vivem no dispensador, não são mais perigosas do que cepas semelhantes que podem ser encontradas na Terra. Ou seja, no caso de uma infecção, as bactérias devem ser tratadas com antibióticos comuns, mesmo no espaço.

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Os autores acrescentam: "dentro de cada espécie, os 19 B. cepacia e cinoc B. contaminans recuperados da ISS eram altamente semelhantes em toda a escala do genoma, sugerindo que cada população pode ter se originado de duas linhagens fundadoras distintas."

Depois de levarem bactérias para um novo ambiente, onde sobreviveram, se reproduziram e evoluíram — no mais simples esquema da teoria da evolução de Darwin —, ao menos os pesquisadores confirmam que "provavelmente não são mais virulentas do que aquelas que podem ser encontradas no planeta" e ainda "permanecem suscetíveis a antibióticos usados ​​clinicamente".

Fonte: EurekaAlert