2019 foi um ano cheio para a Agência Espacial Europeia; confira seus destaques
Por Daniele Cavalcante | 01 de Janeiro de 2020 às 20h30
O ano de 2019 foi de marcado pelo início de operações importantes na Agência Espacial Europeia (ESA), começando pelo Aeolus - o primeiro satélite capaz de medir a direção e intensidade dos ventos em diferentes níveis da atmosfera, com o objetivo de melhorar a qualidade dos dados de previsão do tempo e do clima.
Entre os destaques do ano, também está a missão do astronauta italiano Luca Parmitano na Estação Espacial Internacional (ISS), os testes com as novas gerações de foguetes e o lançamento do Cheops, o primeiro telescópio espacial da ESA projetado para estudar exoplanetas.
Aeolus e as próximas gerações de foguetes
Com observações quase em tempo real, o Aeolus promete melhorar a precisão das previsões e permitirá o avanço do nosso entendimento sobre a dinâmica e os processos tropicais que permitem a variedade climática da Terra. Ele é o quinto satélite da família de missões Earth Explorer e recebeu o nome em homenagem a Éolo, que, na mitologia grega, foi nomeado pelos deuses como o "guardião dos ventos".
Além disso, a ESA preparou a próxima geração dos foguetes Vega e Ariane para “garantir à Europa um acesso seguro e independente ao espaço”. Além disso, o Ariane 6 está sendo desenvolvido para substituir o veículo de lançamento Ariane 5, sendo a nova geração menor e mais flexível. Seu local de lançamento também já está ganhando formato.
Missões no espaço
Outro destaque para os europeus em 2019 foi a viagem do astronauta italiano Luca Parmitano, lançado em em julho para sua segunda missão de longa duração na ISS. Ele é o terceiro astronauta da ESA que foi confiado como comandante da estação. Durante esta missão, ele demonstrou a possibilidade de controlar um robô espacial na Terra a partir da órbita, experimento que ressalta a importância da cooperação humano-robótica no espaço, algo que será de grande valor para futuros projetos de exploração.
Parmitano também faz parte da série de caminhadas espaciais mais complicada de todos os tempos na ISS: o reparo do AMS-02, o espectrômetro alfa magnético da Estação Espacial desenvolvido para estudar a matéria escura e a antimatéria. Ele excedeu sua vida útil e não foi projetado para nenhuma manutenção, o que dificultou o reparo dessa ferramenta que forneceu resultados inovadores à comunidade científica.
Nova versão do catálogo Gaia
A missão Gaia tem pesquisado mais de um bilhão de estrelas do espaço. Os astrônomos monitoram regularmente a posição deste satélite através de telescópios em todo o mundo, incluindo o Observatório Europeu do Sul no Chile, para refinar ainda mais a órbita do Gaia e melhorar a precisão do seu mapeamento estelar.
Em 2018, a missão Gaia lançou seu segundo conjunto de dados, com medições de alta precisão de mais de um bilhão de estrelas da Via Láctea. O Gaia continua escaneando o céu e coletando dados que estão sendo processados, e em 2019 a ESA lançou uma nova versão do catálogo da nossa galáxia.
Lançamento do Cheops
Em dezembro, a ESA fechou o ano com chave de ouro: o lançamento do telescópio espacial Cheops (Characterising Exoplanet Satellite) foi finalmente realizado, por meio de um Soyuz-Fregat, foguete russo com três estágios. A decolagem aconteceu no Porto Espacial Europeu em Kourou.
Essa é a primeira missão da ESA dedicada à pesquisa de exoplanetas, ou seja, mundos localizados fora do Sistema Solar. Diferente das missões de descobertas, o Cheops fornecerá informações importantes sobre a natureza de mundos distantes que já foram detectados - mais de 4.000 planetas exosolares já foram encontrados nos últimos 25 anos.
Planos para o futuro
Por fim, 2019 terminou com o sucesso da conferência ESA Space19+, na qual os estados membros da ESA apoiaram as pesquisas espaciais com o maior orçamento da ESA de todos os tempos. Isso permitirá novas missões, “garantindo acesso independente ao espaço e objetivos científicos ambiciosos para o futuro da Europa no espaço”, escreveu a agência.
Um desses projetos é o Solar Orbiter, que será lançado no início de 2020 para estudar o Sol. Esta missão ajudará a entender como nossa estrela se comporta e interage com a beleza do nosso sistema solar.
Fonte: ESA