Justiça dos EUA enquadra casal em apreensão recorde de criptomoedas roubadas
Por Dácio Castelo Branco | Editado por Claudio Yuge | 10 de Fevereiro de 2022 às 17h20
O roubo de Bitcoin (BTC) da Bitfinex em 2016 é até hoje considerado um dos maiores crimes com ativos digitais na história desse mercado, e agora também é responsável pela maior apreensão de criptomoedas por autoridades já ocorrido no mundo. Nesta quarta-feira (9), o Departamento de Justiça dos EUA captou 94 mil BTC (cerca de R$ 23 bilhões, na cotação atual) relacionadas ao incidente e efetivou a prisão de dois suspeitos de envolvimento com o caso.
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De acordo com a autoridade estadunidense, o roubo em 2016 ocorreu após um criminoso ter invadido a Bitfinex e realizado mais de 2 mil transações não autorizadas para uma carteira digital de posse de Ilya Lichtenstein, de 34 anos — preso junto de sua esposa nessa quarta-feira (9). No total, cerca de 120 mil BTC (R$ 28 bilhões) foram comprometidos pelo ocorrido.
Lichtenstein e sua esposa, Heather Morgan, foram acusados de terem sido responsáveis pela lavagem de 25 mil desses ativos roubados através de várias contas digitais nos cinco anos após o crime. Segundo o Departamento de Justiça, o casal utilizou vários métodos para disfarçar rastros de suas atividades, como uso de identidades falsas e conversão de Bitcoin para outros tipos de criptomoedas.
Na próxima terça-feira (15) o casal irá se apresentar perante a corte federal dos EUA para ser julgado pelas acusações de fraude no território estadunidense e lavagem de dinheiro. Se forem considerados culpados, eles poderão cumprir penas de até 25 anos.
Outras movimentações dos Bitcoin roubados
A operação do Departamento de Justiça dos EUA ocorre após recente movimentação dos fundos roubados da Bitfinix em 2016, feita em 2 de fevereiro, quando uma carteira virtual associada com os ativos digitais obtidos ilegalmente no incidente realizou transações que totalizavam 94,6 mil BTC.
Antes de 2 de fevereiro, a movimentação anterior dessas criptomoedas roubadas havia ocorrido em abril de 2021, quando os criminosos realizaram uma transferência de US$ 700 milhões (R$ 3,7 bilhões) em BTC para carteiras desconhecidas. Na época, é possível que eles estivessem tentando aproveitar a alta no valor do ativo digital causada pela listagem da corretora Coinbase na Bolsa Nasdaq.
Fonte: BBC