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Campo de fontes hidrotermais é descoberto nas profundezas do Ártico

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Julho de 2024 às 18h11

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NOAA/Wikimedia Commons
NOAA/Wikimedia Commons

Nas profundezas do Oceano Glacial Ártico, há 3 mil metros de profundidade, uma equipe internacional de pesquisa descobriu um campo de fontes hidrotermais. É como se existisse uma bolha de água quente, capaz de viabilizar formas de vida pouco conhecidas, nesta região bastante gelada e inóspita do mar.

A “bolha quente” no Ártico está localizada ao longo de uma cordilheira subaquática na costa de Svalbard, na Noruega. E a circulação hidrotermal (ou seja, a circulação de água quente) é causada pela atividade vulcânica no local. 

Publicado na revista Scientific Reports, o estudo que descobriu esse campo de fontes hidrotermais apelidou a região de Campo Jøtul em homenagem aos gigantes da mitologia nórdica que vivem sob as montanhas.

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Fontes hidrotermais no Ártico

Inicialmente, “a água [do oceano] penetra no fundo do oceano, onde é aquecida pelo magma”, explica Gerhard Bohrmann, geólogo marinho e professor da Universidade de Bremen (Alemanha), em nota.

Em seguida, “a água superaquecida retorna para o fundo do mar, através de rachaduras e fissuras. Em seu caminho para cima, o fluido é enriquecido com minerais e materiais dissolvidos a partir das rochas da crosta oceânica”, acrescenta o cientista Bohrmann. 

É possível observar alguns indicativos a atividade hidrotermal, no fundo do mar, como os precipitados de barita (o mineral branco em algumas rochas) ou dolomita (mineral que também tem coloração branca), os filamentos bacterianos esbranquiçados e a ocorrência de alguns vermes tubulares. Os níveis de metano nessas águas também são mais elevados.

Além disso, a água quente normalmente “escapa” do fundo do mar através de chaminés tubulares, como é possível observar nos locais com fontes hidrotermais do Ártico: 

Analisando o Campo Jøtul, os pesquisadores descobriram que a atividade vulcânica se deve ao afastamento bastante lento de duas placas tectônicas, a placa norte-americana e a europeia. Por ano, elas se afastam menos de 2 centímetros.

Habitat para formas de vida misteriosas

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Os locais com fontes hidrotermais são muito profundos e, por causa disso, quase não recebem luz solar. Então, as formas de vida raras e pouco conhecidas desses habitats evoluíram para sobreviver de maneiras pouco comuns.

Eles trocam a luz solar pelos mineiras que vazam das infiltrações. Por isso, são conhecidos pela dependência do processo de quimiossíntese, ou seja, da dependência das reações químicas para obter energia, em vez da fotossíntese. Todo esse processo que permite a vida é feita em simbiose com bactérias.

Nas profundezas do Oceano Pacífico, próximo ao Chile, outra expedição sem nenhuma ligação com a pesquisa da Noruega descobriu que o porco-do-mar depende dessas infiltrações para sobreviver em uma região sem luz

Novas expedições para a Noruega

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Nesta primeira expedição feita em 2022 e que culminou no estudo recém-publicado, a equipe liderada pelo geólogo Bohrmann conseguiu identificar o campo hidrotermal, mas descobriu pouco sobre a dinâmica da região. 

Então, uma nova viagem de campo está prevista para ocorrer em setembro deste ano. A expectativa é coletar mais amostras para compreender os impactos dessas águas aquecidas no Ártico.

Fonte: Scientific Reports, Universidade de Bremen