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Lobo siberiano preservado há 44 mil anos pode hospedar vírus desconhecidos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Julho de 2024 às 09h45

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twenty20photos/envato
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Na Rússia, pesquisadores da Universidade Federal do Nordeste Ammosov (NEFU) realizaram a necrópsia (autópsia) de um lobo siberiano. O animal estava há mais de 44 mil anos congelado no permafrost da Sibéria. A equipe ainda vai analisar em laboratório o material coletado, mas pode ter descoberto bactérias e vírus desconhecidos.

"É possível que sejam descobertos microrganismos que possam ser utilizados na medicina e na biotecnologia como produtores promissores de substâncias biologicamente ativas [para uso oportuno de farmacêuticas]”, sugere Artemy Goncharov, professor de epidemiologia da universidade e chefe do laboratório de genômica do Instituto de Medicina Experimental, em nota.

O mais curioso do achado envolvendo o lobo siberiano é que essas bactérias e vírus ainda podem estar vivos (em estado de “hibernação”), mesmo após milhares de anos. Isso porque o animal foi preservado em uma camada de solo que se mantém permanentemente congelada há milhares de anos, desde o Pleistoceno. 

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Bactérias e vírus em lobo congelado

Anteriormente, “vimos que microorganismos vivos podem sobreviver em achados de animais fósseis por milhares de anos, que são uma espécie de testemunhas daqueles tempos antigos", afirma o pesquisador Goncharov.

Por isso, são altas as chances de vírus e bactérias terem sobrevivido a uma temperatura de menos 0 °C. São os casos das bactérias do microbioma intestinal (microbiota) ou ainda de patógenos perigosos.

Mais pesquisas com o animal de 44 mil anos da Sibéria

O estômago do lobo pré-histórico está bastante preservado, segundo os pesquisadores russos. Então, será possível observar sua microbiota, mas também qual era a alimentação do animal que estava no topo da cadeia alimentar nas planícies congelantes da Sibéria.

Também foi removido um dente pré-molar para determinar a idade biológica do lobo, quando o animal morreu. De forma preliminar, os cientistas sugerem que se tratava de um espécime adulto por causa do desgaste do dente. 

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Por fim, amostras dos tecidos moles também foram coletadas. A ideia é comparar o genoma extraído do animal de 44 mil anos com o genoma dos atuais lobos da Sibéria, o que permitirá entender as mudanças ao longo da evolução.

Animais do permafrost da Sibéria

Este espécime foi descoberto em 2021, no permafrost próximo ao rio Tirekhtyakh, no extremo oriente da Rússia. No entanto, não é o primeiro animal a ser achado nessas condições ideias de preservação. Além de vermes da Sibéria, cavalos, lebres e ursos também foram encontrados congelados, com milhares de anos.

Fonte: NEFU