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Microsoft Edge vai abrir alguns links do Windows mesmo que você não queira
Uma recente atualização dos Windows 10 e 11 obriga usuários a utilizarem o Microsoft Edge para abrir certos tipos de links. Os pacotes KB5008212 (Win 10) e KB5008215 (Win 11) implementam os bloqueios contra o EdgeDeflector, uma ferramenta construída para evitar o navegador nativo, e forçam o usuário a usar o programa da MS para “preservar a experiência”.
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Os testes com esse recurso começaram em novembro deste ano — como noticiou o Canaltech. Aplicativos como EdgeDeflector trabalham na interceptação de links no protocolo MICROSOFT-EDGE para permitir o acesso no navegador de preferência, algo que o sistema operacional não permite de fábrica.

Para a Microsoft, porém, a alternativa não é nada favorável — e a empresa tem seus motivos. Evitar interceptações e redirecionamentos, tal como faz o EdgeDeflector, é uma medida de proteção importante contra “sequestros” digitais, em que o usuário pode ser jogado para sites maliciosos construídos como clones de ferramentas da empresa (locais onde se pode confiar dados bancários, logins e senhas).
Ferramenta abusava de brecha
Portanto, pela perspectiva da dona do Windows, o EdgeDeflector abusava de uma brecha de segurança — e o argumento faz sentido. Embora as intenções dos desenvolvedores da ferramenta sejam boas para o usuário que usa outros navegadores, a mesma estratégia poderia abrir caminho para criminosos.
Questionado pelo The Verge, um porta-voz da Microsoft reforçou que a medida é intencional. “O Windows também oferece certas experiências de ponta a ponta para o usuário. A pesquisa na Barra de Tarefas é um exemplo de experiência ponta a ponta que não foi projetada para ser redirecionada [para outro navegador]”, explicou ao site.
A concorrência defende a liberdade de escolha
Contudo, obrigar o usuário a abrir links no navegador da casa é uma ação favorável para a Microsoft, já que o usuário que usa outro programa irá se deparar com recomendações e solicitações da companhia para definir o Edge como padrão. Para a concorrência, porém, essa abordagem é anticompetitiva.

Ainda na fase de testes, um porta-voz da Mozilla pontuou que “as pessoas merecem o direito de escolha” e ter a capacidade de definir padrões de forma simples e fácil. Hoje, é mais fácil definir um novo navegador como padrão no Windows 11, mas levou alguns meses até a Microsoft atender a demanda geral de facilitar essa troca.
Atualmente, cerca de 500 mil usuários do EdgeDeflector precisarão buscar alternativas para usar o navegador favorito para abrir links disponibilizados no Windows. No médio e no longo prazo, a mudança pode interferir na popularidade de navegadores, especialmente os concorrentes de menor peso, como o Brave e o Vivaldi.
Já existem alternativas
Se usar o Microsoft Edge para essas pequenas tarefas é demais para você, felizmente existem caminhos alternativos para contornar as imposições da Microsoft. A ferramenta de código aberto MSEdgeRedirect (disponível no GitHub) trabalha direto com as linhas de código do sistema para redirecionar os links da Microsoft para o navegador de preferência — em troca, porém, o usuário precisa deixar a ferramenta rodando em segundo plano 100% do tempo.
Futuramente, porém, a Microsoft pode também cortar essa ferramenta pela raiz e pelos mesmos motivos que fez com o EdgeDeflector. Não existe previsão para isso, porém, então ainda dá para aproveitar.
A atualização com a imposição do Microsoft Edge é encaminhada para todos os usuários desde o dia 14 de dezembro, então já deve ter alcançado boa parte dos computadores a essa altura. Para manter o computador atualizado, verifique se existem pacotes pendentes no Windows Update.
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