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Voltz define meta para o futuro: ser "a Tesla das motos"

Por| Editado por Jones Oliveira | 30 de Maio de 2022 às 15h00

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Paulo Amaral/Canaltech
Paulo Amaral/Canaltech

A reportagem do Canaltech foi convidada para conhecer de perto a primeira fábrica de motos elétricas do Brasil e, durante a visita às instalações da Voltz, em Manaus, teve a oportunidade de conversar um pouco com Manoel Fonseca, sócio-fundador da empresa. O executivo mostrou ousadia quando questionado sobre os planos futuros da marca para o mercado nacional.

“A meta é produzir a moto mais segura do mundo. O sistema ADAS (Advanced Driver-Assistance System) já existe e está em desenvolvimento. Queremos evoluir ao ponto de a moto acelerar e frear automaticamente. A moto poderá detectar, prever e reagir. A ideia é ter o que a Tesla tem”, avisou.
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A “moto mais segura do mundo” que um dos fundadores vislumbra para um futuro não tão distante já tem alguns dos recursos sendo testados em São Paulo por entregadores do iFood. Um deles é o chamado Geofencing, que desliga a moto remotamente caso o usuário ultrapasse uma área previamente delimitada pela empresa ou proprietário por meio do aplicativo.

Outro recurso destacado por Manoel Fonseca como fundamental para o projeto da Voltz em colaborar para “destravar o Brasil”, como a marca costuma dizer, é voltado para a segurança no trânsito. O executivo utilizou dados de uma pesquisa para informar que 48% dos acidentes envolvendo motociclistas são colisões laterais, ou seja, causadas pelo chamado “ponto cego”.

“Se a moto entender que está no ponto cego do motorista e, então, acelerar ou frear sozinha, resolvemos praticamente 50% dos acidentes. Hoje, a EV1 Plus já tem sensor e câmera, e informa ao piloto que ele está no ponto cego, mas ainda não acelera ou freia sozinha. A ideia é que esse sistema esteja pronto ainda em 2022”.
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Mais recursos para a Voltz “mais segura do mundo”

A ideia de desenvolver uma moto com recursos similares aos da Tesla, hoje referência em carros elétricos e sistemas de condução autônoma, engloba muito mais do que bloqueio virtual por geolocalização e o uso de câmeras e radares para evitar colisões laterais por conta do ponto cego. A Voltz quer tornar as frotas das empresas mais inteligentes e aposta na EVS Work para chegar ao objetivo.

“Nenhuma frota hoje tem a chamada inteligência artificial completa. A nossa ideia é colocar em todas as EVS Work um sistema que leia e identifique a velocidade das vias e, com isso, não deixe o motorista andar acima do limite ou trafegar na contramão. Será possível também visualizar o tipo de pilotagem. É mais segurança e qualidade para as empresas e para os pilotos”, explicou.

O pacote que está sendo preparado para a EVS Work contará ainda com os seguintes recursos:

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  • Self-drive;
  • Sensor de clima;
  • Botão SOS, que aciona um contato de emergência em caso de acidente ou pane;
  • Compartilhamento de informações com outras motos (buracos na via);
  • Carregamento por indução;
  • Reconhecimento facial e por voz;
  • Travel history (histórico de viagens);
  • Sincronização com agenda;
  • Agendamento de serviços ou revisões;
  • Park tracking.

Futuros lançamentos e investimentos

Se a EVS Work terá como público-alvo os entregadores de aplicativos, outro futuro lançamento da Voltz também será mais destinado a facilitar a vida de quem trabalha com logística: o Miles. Ele é um triciclo que está prestes a ser lançado, já foi testado por alguns influencers do segmento e, no domingo (29), teve um lote vendido à Ultragaz.

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Segundo a Voltz, a empresa comprou 500 triciclos elétricos para distribuir entre seus revendedores parceiros. "Um projeto piloto foi realizado em Recife e agora deve seguir para outros estados. O ticiclo tem capacidade de levar até 5 botijões", disse a marca.

Segundo Manoel Fonseca, o Miles já mostrou sua capacidade em testes carregando dois botijões cheios de gás, tanto em ruas planas quanto em ladeiras, e conseguiu completar a missão com êxito. “É o futuro da logística inteligente e não poluente”, resumiu.

A marca revelou ainda que o triciclo custará em torno de R$ 32 mil e comporta duas baterias — mas poderá ter até seis —, cada uma com capacidade de até 50 km, o que daria a ele cerca de 300 km de autonomia total.

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"Família Voltz" e "bateria infinita"

A Voltz também prepara a chegada de novas motos para o público em geral, que farão companhia às já conhecidas EVS e EV1+. De acordo com o cofundador da empresa, em breve chegará uma nova família, composta por uma scooter, uma big scooter, uma moto trail, uma street e uma racing, que será a “cereja do bolo”. “A scooter e a trail já foram até moldadas, ou seja, já existem fisicamente. Todas serão parecidas, ou seja, como uma família mesmo”, explicou.

Além disso, Fonseca revelou que a empresa fará a instalação de 120 unidades da chamada Estação Voltz em São Paulo. Por meio de um serviço de assinatura, o dono da moto vai até o posto, insere uma bateria vazia, digita o código de liberação via app e pega uma bateria cheia. "É a autonomia infinita", resumiu, sem detalhar, no entanto, quanto custará o serviço por assinatura.

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Ele previu, porém, que essa solução poderá revolucionar o mercado de motos, já que será possível comprar os modelos sem bateria, o que fará com que o custo do produto caia em até 40%. Sobre o serviço por assinatura para as Estação Voltz, que já estão em uso por alguns entregadores do iFood, a ideia é montar pacotes diferentes. Um deles prevê que o dono da moto pague valores de acordo com os quilômetros que rodar.

As últimas novidades reveladas pelo cofundador incluem planos de investir mais R$ 10 milhões para chegar até o fim de 2022 ao número de 100 lojas ao estilo pop-up, construídas em uma espécie de container, em quatro regiões do Brasil, além de outras quatro lojas chamadas flagships para, segundo ele, “destravar o país”.