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O novo Chromecast parece pronto para enfrentar a Mi Box?

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Rubens Eishima/Canaltech
Rubens Eishima/Canaltech

Em um mercado cada vez mais competitivo, o Google reformulou totalmente seu sucesso de mercado Chromecast, com uma nova geração equipada com o sistema Android TV. A mudança coloca o aparelho em rota de colisão com outro sucesso de vendas, a Xiaomi Mi Box, mas será que o Google está pronto para encarar o aparelho de streaming da marca queridinha? É o que será analisado a seguir.

A mudança pode ser positiva para quem assina diversos serviços de streaming de vídeo e costuma consumir vídeos e séries de todos eles. Já para quem assina apenas um serviço, ou utiliza o aparelho para acessar outros tipos de apps, a novidade talvez não traga tanto impacto.

Já quem se preocupa com a quantidade de informações que o Google armazena sobre seus clientes não deve gostar do novo sistema, que se abastece do histórico de filmes e séries assistidos pelo usuário. Ao menos a empresa oferece um modo apenas com os aplicativos instalados, mas que perde recursos de busca de mídia e os comandos de voz.

Além disso, o próprio Google anunciou que a nova “experiência de uso” será oferecida para outros aparelhos com o sistema Android TV — no novo Chromecast, a interface é distribuída e atualizada pela Play Store, como um aplicativo qualquer.

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Desempenho extra

Um ponto em que o Chromecast ganha da concorrência, exceto do Nvidia Shield, é no uso de um processador mais moderno. Apesar dos nomes semelhantes, o chip AmLogic S905D3 do Chromecast é mais rápido do que o processador S905X usado no Mi Box (ou o S805Y do Mi Stick).

Além de contar com núcleos mais avançados de CPU (ARM Cortex-A55 contra A53) e GPU (ARM Mali-G31 contra o Mali-450), em ambos os casos a velocidade de processamento é mais alta no novo Chromecast. Para quem apenas usa o aparelho para YouTube ou Netflix a diferença pode até ser imperceptível, mas o uso de recursos como automação da casa e principalmente jogos pode revelar a superioridade do Chromecast.

As demais especificações dos dois aparelhos mostram um empate técnico, com a mesma quantidade de memória (2 GB), suporte ao mesmo padrão de rede sem fio (Wi-Fi 5) e compatibilidade com Bluetooth.

Uma vantagem do Mi Box é a porta USB-A livre, que pode ser usada para expandir o armazenamento interno ou com acessórios, enquanto o Chromecast requer o uso de um hub USB-C. Neste ponto, apesar de não ser uma característica importante para a maioria dos usuários, a caixinha da Xiaomi oferece meios mais simples para ligar um controle de videogame, adaptador de rede com fio ou um pen drive com vídeos da família.

Detalhes importam

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Apesar de parecer algo pequeno, os dois botões adicionais na parte inferior do Chromecast podem se tornar um recurso poderoso para muitos usuários. Aproveitando o protocolo HDMI-CEC ou a comunicação por infravermelho, os botões podem ser usados não apenas para ligar o televisor — algo que em tese a Mi Box oferece, mas cujo suporte não é dos mais completos — como também para alternar entre as entradas da TV.

O botão do canto inferior direito, Input, pode ser útil para quem usa no mesmo televisor um aparelho de TV por assinatura, videogame, computador e outras fontes de vídeo, até mesmo um Apple TV. Na prática, o recurso abre a chance de dispensar o controle da televisão, diminuindo a bagunça na sala.

Além disso, o novo Chromecast é compatível com vídeos no formato HDR Dolby Vision, utilizado por alguns serviços de streaming e que não é suportado pela Mi Box. O mesmo acontece com o padrão de som tridimensional Dolby Atmos. Em ambos os casos, para aproveitar o formato é preciso que o aparelho de TV e som sejam compatíveis.

Lançamento indefinido

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Para nós brasileiros há um pequeno porém: o Google informou ao Canaltech que não tem previsão de lançamento do novo Chromecast no Brasil. Ao menos por enquanto, o novo modelo está disponível apenas nos Estados Unidos, na Austrália e em alguns países da Europa.

Mas, tendo em vista o sucesso da terceira geração do aparelho no Brasil e levando em conta a quantidade de pessoas com TVs sem recursos smart no país, não seria inesperado ver o aparelho lançado por aqui no ano que vem.

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Tudo para dar certo

Pelo menos no papel, o Chromecast traz os principais recursos para encarar os rivais, incorporando os pontos fortes da Mi Box à linha Chromecast, sem nenhuma desvantagem evidente.

O suporte oficial do novo Chromecast deve ser o grande atrativo do aparelho, que terá exclusividade durante alguns meses da nova interface Google TV. Outra vantagem é que o novo aparelho de streaming do Google chega como o mais potente do sistema — exceto o poderoso Nvidia Shield.

Porém, a Mi Box S já se aproxima de dois anos de lançamento — “idade” na qual a Mi Box 3 foi sucedida pelo modelo atual — e a Xiaomi não deve ficar parada frente à nova concorrente, sem contar na existência do Mi TV Stick, que pode indicar um novo rumo para os produtos de TV da marca chinesa.

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O mais importante porém, é saber qual o preço oficial do Chromecast quando ele eventualmente chegar ao Brasil. Caso seja vendido por um valor equivalente ao cobrado pela Mi Box, o novo aparelho do Google tem tudo para tomar mercado dos rivais.