Operadoras em greve: cidades podem ficar 48 horas sem internet devido a facções
Por Renato Moura Jr. • Editado por Léo Müller | •

Os provedores de internet do estado de Rondônia estão enfrentando uma crise grave de segurança que pode levar a uma paralisação dos serviços por até 48 horas, segundo denúncias feitas por empresas da região ao TeleTime.
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As ameaças partem de facções criminosas que vêm exigindo até 50% do faturamento das empresas como “taxa de proteção” e praticando ataques contra suas sedes. O modus operandi das facções inclui ligações intimidatórias aos diretores das empresas, advertindo sobre atentados.
Na última semana, pelo menos cinco lojas de provedores foram incendiadas em cidades como Cabixi, Cerejeiras, Colorado, Guajará-Mirim e Nova Mamoré, todas em Rondônia.
De acordo com relatos feitos ao site, os criminosos conhecem bem a estrutura das empresas: sabem onde ficam os enlaces de rede, onde operam os equipamentos e até residências dos responsáveis pelos serviços.
Alguns locais foram pichados com ameaças explícitas e empresas já afirmam que vêm funcionando de forma reduzida por conta da insegurança.
Em diversas cidades pequenas, há relatos de que os criminosos recrutam menores de idade para atacar instalações, aproveitando a fragilidade dos mecanismos de segurança local.
Ameaça de paralisação
Diante do cenário alarmante, alguns provedores planejam suspender temporariamente os serviços por um período de 48 horas, como forma de pressão para que as autoridades tomem providências.
As negociações com autoridades estaduais e locais já foram iniciadas. Os provedores já se reuniram com comandos da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
No entanto, as empresas relatam que as forças de segurança alegam falta de recursos ou de poder de atuação, o que tem deixado os ISPs vulneráveis.
Para tentar minimizar riscos, algumas empresas estão contratando segurança armada permanente para proteger suas sedes – mas isso é visto como uma solução paliativa e com custo elevado.
Impacto à infraestrutura e população
Embora os danos afetem principalmente as áreas comerciais e de atendimento, há receio de que as interrupções possam atingir também a infraestrutura de rede, especialmente em regiões mais isoladas.
Muitos provedores afirmam que os ataques começaram como extorsão, mas já têm caráter de intimidação generalizada.
O setor de ISPs em Rondônia emprega milhares de pessoas diretamente e o estado possui centenas de provedores regionais.
A paralisação por 48 horas pode afetar desde residências até empresas, escolas, serviços públicos municipais e o setor de saúde — ou seja, provocar um “apagão de conectividade” em municípios inteiros.
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Fonte: TeleTime