mmWave | As ondas milimétricas que vão tornar o 5G realidade
Por Joyce Macedo | 06 de Dezembro de 2018 às 22h28
O 5G é um tema recorrente há algum tempo, mas que só agora começa a ganhar um formato mais palpável; pelo menos na América do Norte, Europa, Japão, Coreia do Sul, Australia e China, onde a rede de quinta geração será uma realidade comercial já em 2019. No entanto, quando se fala em 5G é comum ouvir também o termo mmWave (milimeter wave). Mas, afinal, o que são essas ondas milimétricas que prometem tornar as redes móveis de alta velocidade uma realidade?
As ondas milimétricas são sinais wireless que operam em frequências a partir de 24 GHz, ou seja, bem altas. No entanto, quanto menor a frequência, maior o alcance do sinal transmitido, por isso a frequência de 700 MHz leiloada no Brasil, por exemplo, permitiu o aumento da cobertura da internet móvel das operadoras.
Para driblar esse problema de baixa penetração das altas frequências, as empresas de tecnologia precisam de algumas ações complementares; caso contrário teríamos altíssimas velocidades no 5G, mas com baixo alcance de sinal.
Hardware e algoritmos
Durante o Snapdragon Tech Summit 2018, a Qualcomm falou um pouco mais sobre como está encabeçando o movimento de criação de um ecossistema 5G funcional ao lado de OEMs e operadoras de telefonia, e isso inclui seus novos SoCs com suporte para redes de quinta geração, o Snapdragon 855 e Snapdragon 8cx, o modem 5G Snapdragon X50 e o módulo de antena QTM052 mmWave. Este último, especificamente, promete ajudar a atingir velocidades de até 5 Gbps em dowloads já no primeiro semestre de 2019.
O módulo QTM052 consiste em uma pequena matriz de quatro antenas e é menor do que uma moeda de um centavo de dólar. Já o modem X50 5G foi projetado para operar com até quatro antenas, um para cada extremidade do smartphone, possibilitando 16 antenas no total.
Para aumentar a cobertura, as antenas mmWave – como a da Qualcomm – direcionam o sinal para um local específico, como feixes, reduzindo a possibilidade de interferências. Mas, além disso, a tecnologia também conta com algoritmos inteligentes que guiam esses feixes pelos melhores caminhos para que a transmissão seja feita da melhor forma possível, pela torre mais próxima, evitando até mesmo obstáculos físicos.
Brasil ainda está na lanterna
Se você está se perguntando quando veremos este tipo de conexão no Brasil, saiba que a previsão das operadoras nacionais para a implementação do 5G comercial é apenas para 2021.
Em relação às mmWaves, em outubro a Anatel anunciou que estava estudando a possibilidade de disponibilizar as faixas de 1,5 GHz e 26 GHz para o 5G. Já o projeto Redes de Ondas Milimétricas, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), está trabalhando para desenvolver um equipamento sem fio baseado na tecnologia de ondas milimétricas usando a faixa de 60 GHz e colaborando, inclusive, com o Telecom Infra Project (TIP), uma comunidade colaborativa global.
* A jornalista viajou para Maui, no Havaí, a convite da Qualcomm.