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Cuba interrompe acesso à internet para impedir novos protestos

Por| Editado por Claudio Yuge | 13 de Julho de 2021 às 18h30

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Envato/twenty20photos
Envato/twenty20photos

Moradores de Cuba estão sem internet. A medida foi tomada pelo governo depois dos protestos contra a administração nas ruas da ilha. Um dos motivos para a ação é o fato de as manifestações terem sido organizadas pelas plataformas de mídias sociais.

O presidente Miguel Díaz-Canel afirmou, na segunda-feira (12), que os atos foram praticados por "delinquentes" que "manipulam as emoções da população por meio das redes sociais". De acordo com o NetBlocks, que monitora a internet livre pelo mundo, o acesso à web foi suspenso em quase 50 pontos do país.

Segundo a organização, houve interrupção parcial de acesso a plataformas de mídias sociais (como Facebook e Instagram) e mensagens (como WhatsApp e Telegram) a partir de segunda-feira (12), com continuação na manhã desta terça-feira (13). A entidade detectou que as estatais Empresa de Telecomunicações de Cuba (Empresa de Telecomunicaciones de Cuba – ETECSA) e Cubacel operavam de forma instável, o que confirma os relatos de usuários.

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Para a instituição, as restrições direcionadas devem limitar o fluxo de informação em Cuba. A ação parece ser uma tentativa de impedir comunicação, troca de informações ou convocação de novos protestos. Além do bloqueio de internet, a Associated Press informa que houve corte de energia em Havana e outras cidades.

Informação restrita e adoção de VPNs

O acesso à informação é bastante restrito na ilha. A internet móvel só chegou ao país em 2018, um ano depois de o governo autorizar a conexão nas residências dos cubanos.

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Ainda de acordo com o NetBlocks, os serviços de rede privada virtual (Virtual Private Network – VPN) continuaram a funcionar mesmo após as interrupções nas redes. Em países que controlam o acesso à internet, como a China, é comum que os residentes adotem o uso desse recurso para driblar a censura: as VPNs permitem acessar a internet de outros países e esconder rastros de identificação dos dispositivos. Foi por meio delas, inclusive, que os cubanos puderam denunciar a ação ao resto do mundo.

Essa não é a primeira vez que o governo cubano faz esse tipo de restrição. Em novembro 2020, Havana viveu situação semelhante durante os protestos de San Isidro, que pediam liberdade artística. O NetBlocks recomenda que os governos cumpram as normas internacionais e adotem práticas de governança para garantir conectividade confiável e constante à internet, mesmo em momentos de instabilidade política.

Fonte: Folha de S.Paulo