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Buscando recuperar prestígio, Oi reinventa ofertas para setor corporativo

Por| 05 de Dezembro de 2019 às 13h33

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Buscando recuperar prestígio, Oi reinventa ofertas para setor corporativo
Buscando recuperar prestígio, Oi reinventa ofertas para setor corporativo
Tudo sobre Oi

A operadora de telefonia e soluções tecnológicas carioca Oi lançou nesta quarta-feira, 4, uma reformulação de suas ofertas corporativas, agora unificadas sob o mesmo guarda-chuva. Iintitulada “Oi Soluções”, a nova área é dedicada exclusivamente à oferta e atendimento a clientes corporativos de grande porte e grandes eventos, voltando seus olhos ao mercado B2B.

Em evento realizado para clientes, parceiros e membros da imprensa no suntuoso Palácio Tangará, na zona sul de São Paulo, a empresa divulgou alguns números positivos para fazer frente aos recentes prejuízos reportados pela própria Oi e repercutidos na mídia a fim de introduzir essa unidade, referida pela companhia como “um reposicionamento da Oi para a indústria de soluções empresariais”.

O principal destaque fica para a expectativa de investimentos da companhia para tentar recuperar a liderança na infraestrutura de conexão à internet no Brasil, hoje capitaneada pelas inúmeras ofertas de fibra ótica. Segundo Adriana Coutinho Viali, que já liderava as iniciativas em B2B da empresa e hoje passa a responder como Diretora da Oi Soluções, a ideia é “dobrar os investimentos de capital [capex, ou capital expenditure] para o setor empresarial em 2020”.

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A medida não é passada à toa: o mercado empresarial constitui uma das principais linhas de negócio da Oi, ficando atrás apenas da telefonia fixa residencial, banda larga e TV por assinatura (R$ 5,54 bilhões) e serviços de linha pré e pós-paga e conexão de dados móveis para dispositivos (R$ 5,11 bilhões). Na oferta de soluções em TI, a Oi obteve, segundo a própria empresa divulga, um crescimento de 29% na receita de janeiro a outubro deste ano em relação a 2018. Atualmente, a operadora conta com 57 mil empresas na carteira de clientes B2B, e uma divisão de aproximadamente 1,5 mil executivos de atendimento exclusivos para essa linha. A Oi Soluções agora passa a responder por tudo isso.

O portfólio da Oi Soluções integra todos os produtos da empresa voltados à conexão de fibra óptica, segurança digital, internet das coisas (IoT), análise de dados (Analytics), serviços de gestão tecnológica e interface, serviços de conectividade e voz, computação em nuvem (cloud computing) e data center. “A Oi Soluções nasce com o objetivo de impulsionar a transformação digital das empresas por meio de nossas soluções de Telecom e TI, promovendo impacto positivo na sociedade e gerando valor sustentável para a Oi. E conta com uma equipe de inovação para desenvolvimento de produtos e serviços, com startups aceleradas pelo Oito, hub de empreendedorismo da Oi, com o Oi Labs, showroom de cocriação com clientes, e com um robusto ecossistema de parceiros estratégicos”, afirma Viali.

Quando se fala na Oi, é bem provável que a primeira coisa que apareça na sua mente é “aquela que está falindo”. Não apenas essa é uma ideia equivocada (“recuperação judicial” não é exatamente “falir”), mas também uma percepção que a própria empresa, embora reconheça os motivos de sua existência, quer mudar por completo.

“Nosso momento mais complicado foi quando entramos em recuperação judicial em 2016, mas esse ‘fantasma’ não existe mais. Os nosso clientes não sabiam, naquela época, como seria a continuidade da nossa empresa: eles não tinham como saber se continuariam tendo serviços de qualidade. Nossos clientes B2B se mantiveram firmes conosco, a maioria deles está aqui hoje [fazendo sinal aos presentes enquanto respondia às perguntas dos jornalistas], e nossas expansões cresceram e, creio eu, esse momento já ficou para trás”.
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Rodrigo Shimizu, diretor de marketing e planejamento estratégico para clientes B2B da Oi, aproveitou a ocasião para apresentar a Gestão Digital 360º, um novo produto da empresa que engloba soluções customizadas de conectividade, TI e segurança, e que já conta com um case bastante favorável: a Comic Con Experience (CCXP) 2019, uma das maiores feiras de cultura pop do mundo e que será realizada em São Paulo nos dias 5 a 8 de dezembro, traz estrutura de conexão da Oi.

“Para esse cliente, nós implementamos diversas soluções: levantamos o nosso centro de operações [NOC] e instalamos 60 quilômetros de fibra ótica, com a maior parte nos arredores e entorno do local, além de 375 equipamentos de conexão, como switches, roteadores, repetidores, soluções em 5G, monitoramento de vídeo para credenciamento, edge computing e segurança”.

Shimizu explica que o caso da CCXP é apenas uma das possibilidades. Como o evento possui um caráter externo, foi a Oi quem levou a sua estrutura para o local (bem similar ao que a empresa fez na GameXP e no Rock In Rio neste ano). Entretanto, a ideia do Gestão Digital 360º é a de ser um produto adaptativo: “às vezes, o cliente quer uma solução abrangente por várias localidades, mas hospedada dentro de um data center em um estado específico, ou mesmo que nós façamos a hospedagem em nossa estrutura. Isso também é possível”, ele conta.

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“Esse produto nasceu dentro da própria Oi, para atender uma demanda interna de melhor gestão de nossa arquitetura de TI. Com ele, obtivemos o aumento da disponibilidade dos sistemas de TI de 99,5% em 2017 para 99,92% em 2019, o que provocou uma verdadeira transformação em como gerimos nossos negócios. E agora estamos lançando essa solução para o mercado, com uma demonstração na CCXP19 para que os clientes possam visualizar a solução em funcionamento em um caso real”, ele finaliza.

Ao que parece, os clientes empresariais da Oi terão papel de destaque na tentativa da empresa de reverter o quadro negativo de seu mais recente relatório de faturamento. Conforme o Canaltech noticiou, a Oi postou receita de R$ 1,7 bilhão (2,2% menor do que no mesmo período de 2018) para o setor de telefonia móvel, enquanto os serviços residenciais revelaram receita de R$ 1,8 bilhão, o que significou uma queda de 13,5% em relação ao ano passado. A empresa também sofreu com a queda do número de clientes dessas categorias, perdendo 12,8% da carteira de telefonia fixa e 9,7% da de banda larga em relação ao mesmo período de 2018. Já do serviço de TV paga, a companhia não divulgou números exatos, mas revelou que houve uma queda de 3% nas receitas e de 3,6% no número de clientes em comparação com o mesmo período do ano passado.

No setor corporativo, porém, até houve perda (R$ 1,3 bilhão, faturamento 8% menor do que em 2018), porém o volume de clientes na área cresceu 2,1%, especificamente na oferta de telefonia móvel para empresas. Para 2020, a expectativa é a de que a nova divisão, aliada aos investimentos dobrados da companhia, levem a Oi a uma posição de liderança no mercado. Ou, pelos menos, lhe ofereça um pouco mais de conforto frente às concorrentes.