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"Estamos satisfeitos com o Brasil", diz sócio de fundo do Softbank para startups

Por| Editado por Claudio Yuge | 15 de Outubro de 2021 às 09h20

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Reprodução/Campaign Creators/Unsplash
Reprodução/Campaign Creators/Unsplash

A Softbank tomou gosto pelo ecossistema de startups do nosso país. Diz Rodrigo Baer, um dos sócios do novo fundo early stage para a América Latina, que o Brasil excedeu as expectativas. "A impressão geral que recebo é que o pessoal está satisfeito, os retornos estão muito bons. E há mais necessidade de capital do que a gente tinha antecipado lá atrás", resume.

Apesar de ser inicialmente uma telefônica japonesa, há tempos a companhia é também uma das maiores investidoras de startups do mundo. Desde 2019 que ela tem escritório no Brasil no segmento growth, para injetar dinheiro em startups mais avançadas. Exemplos disso não faltam, como Creditas, Kavak, Cobli, Merama, QuintoAndar e MadeiraMadeira. No mês passado, abriu no Brasil seu setor de early stage, voltado a empresas na fase inicial (seed) até série B (aceleração do negócio).

Ao chegar aqui, a empresa havia orçado US$ 5 bilhões via seu fundo de growth, o Vision Fund, para investir em startups brasileiras por um período de três anos. Mas ao ver os avanços e a sede das empresas nacionais por mais verba, devem aumentar esse valor para mais US$ 3 bilhões. "Havia aqui muitas empresas que estavam restritas pela escassez de capital, e quando o Softbank começou a investir mais agressivamente na América Latina, começou a atrair vários outros fundos depois", afirma.

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Baer, que esteve em Florianópolis para uma palestra na conferência Startup Summit 2021, promovida pelo Sebrae, deixou este ano a empresa de capital de risco Redpoint Eventures para coliderar o fundo early stage da Softbank ao lado de Marco Camhaji, ex-Amazon e também ex-Redpoint. Agora na Softbank, seu fundo deve investir aportes na casa dos US$ 100 mil a US$ 20 milhões, com perspectiva de longo prazo. "As minhas empresas vão virar notícia só daqui a sete anos", brinca.

Perguntado sobre que tipo de cases a Softbank busca no Brasil no recorte "iniciantes", Baer diz que querem "empresas que começam a criar em produtos competitivos globalmente". Como exemplos práticos disso, cita a paranaense Pipefy, plataforma de automação de processos repetitivos de empresas, como compras regulares; a gaúcha Rocket.Chat, definida pelo executivo como uma "Slackopen source", citando a popular plataforma de organização do trabalho; e a paulista Pismo, que atualiza a infraestrutura mainframe de grandes bancos como Itaú e BTG+.

Se você olhar há cinco anos, ninguém fazia isso. Ninguém tentava construir produtos globalmente diferenciados a partir do Brasil. E a gente está se posicionando para ser o grande investidor dessa nova onda, ajudando esse pessoal a fazer o go-to market [estratégia para posicionar um produto em um mercado] lá fora.
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Para ele, ainda há muito mercado para desbravar na América Latina, pois não faltam "temas de problemas da vida real sendo resolvidos pela tecnologia, como saúde, educação, burocracia, falta de produtividade nas economias". No entanto, ele descarta a ideia de meramente importar modelos que deram certo na Ásia, continente natal do Softbank.

"Eu não acredito da frase 'funcionou na China ou nos EUA, vai funcionar no Brasil'. Culturalmente há muitas diferenças, as estruturas sociais são diferentes. Agora, se uma empresa conseguiu reduzir em 80% a ociosidade de frete na China, como eu consigo pegar essa experiência e ir atrás do mesmo problema no Brasil? Aí acho que tem muito valor. Não é uma cópia direta do modelo, mas o ganho que ele traz ao sistema e como replico isso no modelo brasileiro", define.

* O repórter viajou para Florianópolis a convite do Sebrae Nacional para a cobertura do Startup Summit 2021