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Reino Unido desenvolve novo app de rastreamento baseado na API de Apple e Google

Por| 08 de Maio de 2020 às 12h55

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A NHSX, braço digital do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido está desenvolvendo um segundo aplicativo de rastreamento de contatos para monitorar a propagação da COVID-19. Ele vem sendo criado paralelamente a um primeiro app, do mesmo formato e que já está sendo testado na Ilha de Wight. A diferença é que esta nova versão usa as APIs de Apple e Google. As informações são do jornal Financial Times.

Uma fonte envolvida no projeto afirmou que a criação dessa nova versão do aplicativo foi necessária porque o governo britânico encontrou dificuldades técnicas significativas para que o primeiro app funcionasse sem as APIs de ambas as empresas. Essa mesma fonte declarou que os responsáveis tiveram problemas com a compatibilidade do iPhone e o consumo de bateria. "Esses detalhes técnicos acabam sendo muito importantes",afirmou.

Recuo

No final de abril, o Reino Unido afirmou que rejeitaria a nova API de Apple e do Google porque ambas as empresas estipulam que todos os aplicativos criados usando sua estrutura devem ser "descentralizados". Isso significa que todo o processamento de dados que deve acontecer no aparelho de um usuário não pode ser armazenado externamente em um banco de dados.

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Google e Apple dizem que isso ocorre porque os aplicativos descentralizados são mais eficientes no quesito privacidade. Além disso, um banco de dados central seria mais vulnerável a invasões de cibercriminosos em larga escala. A visão das duas gigantes da Tecnologia é corroborada por especialistas em segurança, que também acreditam que aplicativos descentralizados atenuam a possibilidade de que essas informações sejam posteriormente utilizadas por governos para fins de vigilância da população.

Muitos países da Europa optaram pela API de Apple e Google. As exceções são Reino Unido e França, que optaram por desenvolver seus próprios aplicativos centralizados, porque isso permitiria às autoridades analisar os dados mais facilmente.

Bugs

O problema é que, no Reino Unido, o aplicativo desenvolvido pelo governo vem apresentando bugs com a funcionalidade de rastreamento sempre que ele é executado em segundo plano. Nos iPhones e em alguns telefones Android mais atuais, os apps não conseguem transmitir sinais Bluetooth enquanto são executados nesse modo. Na forma como o app vem funcionando atualmente, os telefones até enviam sinais Bluetooth para reconhecer quando estão próximos de outro usuário, mas, em alguns casos, dois usuários do telefone da Apple, por exemplo, não teriam sua proximidade registrada, mesmo estando um ao lado do outro.

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Os documentos mostrados pelo Financial Times mostraram que o governo britânico contratou recentemente uma empresa de TI para investigar a possibilidade de integração com a API desenvolvida por Apple e Google.

Ainda não está claro qual dos dois aplicativos o NHS selecionará ou utilizará ambos para o rastreamento. A França também enfrenta dificuldades técnicas para desenvolver sua solução sem a API das duas empresas. As autoridades públicas locais envolvidas no projeto atacaram a Apple, dizendo que a companhia poderia ter ajudado o aplicativo francês a funcionar de maneira mais suave nos iPhones.

Procuradas pela Business Insider, NHSX, a Apple e o Google não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

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Como funciona o sistema desenvolvido por Apple e Google

As duas empresas lançaram em maio APIs que permitem a interoperabilidade entre dispositivos Android e iOS usando aplicativos de autoridades de saúde pública. Esses apps oficiais estão disponíveis para os usuários baixarem em suas respectivas lojas virtuais - Play Store (Google) e App Store (Apple).

A partir daí, o objetivo é habilitar uma plataforma mais ampla de rastreamento de contatos baseada em Bluetooth, incorporando essa funcionalidade em seus sistemas operacionais. Segundo o Google, essa é uma solução mais robusta que uma API e permite a participação de mais indivíduos - se eles optarem por participar. Além disso, o recurso possbilita uma interação com um ecossistema mais amplo de aplicativos e autoridades governamentais de saúde.

No que tange à questões de privacidade, as empresas informaram que o uso dessa solução de rastreamento exigirá o consentimento do usuário. Além disso, o desenvolvimento do trabalho contará com publicações periódicas, informando à sociedade sobre a evolução da ferramenta.

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Fonte: Reuters