WhatsApp descarta que Comunidades sejam retrocesso contra as fake news
Por Munique Shih | Editado por Douglas Ciriaco | 15 de Abril de 2022 às 13h10
Nesta semana, o WhatsApp liberou o recurso de comunidades, que permite o envio de mensagens criptografadas para milhares de pessoas, mas o lançamento também trouxe novas preocupações relacionadas à luta contra as fake news. Em resposta a isso, o presidente da empresa, Will Cathcart, descartou a possibilidade de que a nova ferramenta enfraqueça o combate à desinformação.
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Segundo Cathcart, o produto foi desenvolvido de forma responsável e cuidadosa para evitar o retrocesso contra as fake news. O presidente também enfatizou que o WhatsApp funciona de forma diferente do Telegram, que tem um histórico de não cooperar com as autoridades.
"O fato de não haver possibilidade de fazer busca de grupos é uma diferença em relação ao Telegram. Também há uma diferença enorme de escala, o Telegram pode ter centenas de milhares de usuários" disse Cathcart à Folha.
Além disso, ele também enfatizou que a nova ferramenta não busca servir como uma funcionalidade de rede social, mas sim como um recurso voltado para ambientes de trabalho, escolas e outras organizações privadas.
Com a pandemia, apps como o Teams e o Slack tiveram um papel importante na comunicação, principalmente em empresas e escolas. O WhatsApp busca ter uma função semelhante.
Outro detalhe é que, apesar dos conteúdos dos grupos serem criptografados, detalhes como nomes, descrições das comunidades e a estrutura de encadeamento das mensagens não são. Dessa forma, é possível monitorar a circulação da informação, ainda que o conteúdo permaneça secreto.
"O Telegram tem menos foco em mudanças no produto para evitar desinformação e está menos disposto a cooperar com comissões eleitorais. De forma geral, nós estamos abordando as 'comunidades' com o mesmo cuidado que tivemos nos últimos dois anos, com o que aprendemos a respeito dos disparos em massa", segundo Cathcart.
WhatsApp faz esforços para combater fake news
Segundo o WhatsApp, o novo recurso não estará disponível para todos os usuários do app no Brasil até o fim das eleições presidenciais. A empresa informou que testará o recurso com um número pequeno de comunidades nos próximos meses para ver o resultado e receber sugestões para fazer melhorias.
Cathcart também informou que o WhatsApp conta com uma equipe que se dedica 24 horas por dia a supervisionar os disparos em massa durante eleições, além de uma parceria com o TSE e agências de checagem de notícias — mudanças implementadas nos últimos anos para lutar contra as fake news.
O presidente informou que durante o processo eleitoral de 2022, o WhatsApp continuará a monitorar todos os processos no app de forma atenta, principalmente em relação aos disparos em massa para combater os abusos e a desinformação.
Fonte: Folha