Apple cita alta de malwares no MacOS para defender suas restrições na App Store
Por Felipe Gugelmin • Editado por Claudio Yuge |
Durante a batalha legal que trava com a Epic Games, desenvolvedora de Fortnite, a Apple já revelou diversas curiosidades de seus bastidores e gerou algumas situações inusitadas. O capítulo mais recente aconteceu nesta quarta-feira (19), quando a empresa citou o aumento de malwares que infectam o MacOS como uma das justificativas para manter o ambiente fechado da App Store para iOS e iPad OS.
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“Hoje, testemunhamos um nível de malware no Mac que não consideramos aceitável”, afirmou Craig Federighi, chefe de engenharia de software na Maçã. Segundo ele, a cada semana a companhia identifica junto a seus parceiros um número crescente de ameaças, que são eliminadas automaticamente dos sistemas dos consumidores.
No entanto, o processo não acontece de forma imediata e pode resultar em milhares de infecções antes que as ações da Apple surtam efeito. Ao tribunal que julga a ação contra a Epic, Federighi afirmou que, desde maio de 2020, foram identificados 130 tipos de malwares para MacOs, sendo que ao menos um deles marcou presença em mais de 300 mil sistemas.
Ambiente fechado protege contra ameaças
O chefe de engenharia reconhece que os números são consideravelmente menores do que os registrados em PCs com o Windows, mas ressalta que a quantidade ainda é muito maior do que os problemas do tipo que afetam dispositivos como iPhones e iPads. Ele afirma que as ações restritivas da empresa são uma parte importante na proteção de mais de 1 bilhão de aparelhos ativos e, por isso, faz sentido manter a App Store como fonte única para a instalação de apps.
Federighi ressalta que iPhones são um alvo atraente para criminosos por trazerem câmeras, microfones, dados de localização e por armazenaram informações pessoais de seus usuários. “Todas essas coisas fazem o acesso ou controle potencial desses dispositivos incrivelmente valiosos para um atacante”, afirmou.
No início de maio, a Apple divulgou um relatório em que destacou as medidas de segurança que usa para proteger aparelhos que usam a App Store. Além de rejeitar apps sem a documentação adequada, a empresa analisa cada entrada nova em busca de violações de privacidade, esquemas de roubos de dados pessoais e outras áreas.
As aparentes críticas que a empresa faz à segurança do MacOS é parte do argumento que ela faz contra a Epic Games, que argumenta que as barreiras impostas pelas lojas de aplicativos constituem uma prática anticompetitiva. A desenvolvedora de Fortnite luta para o estabelecimento de um ambiente mais aberto no qual apps não precisarão oferecer porcentagens de sua monetização para a Apple e poderão ser instalados sem passar pelos filtros da App Store.
Fonte: CNET