Xiaomi explica os “sacrifícios” feitos na tela do Mi 10T
Por Rubens Eishima | 20 de Outubro de 2020 às 13h30
O lançamento da linha Mi 10T pegou alguns fãs (e críticos) da marca de surpresa. No lugar de um substituto à altura do Xiaomi Mi 10, a fabricante chinesa alterou algumas especificações que à primeira vista parecem não fazer jus a um celular premium. As principais críticas foram feitas à tela usada no smartphone, mas a empresa justificou suas decisões em entrevista ao site TechRadar.
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Daniel Hoang Desjarlais, gerente de produto da Xiaomi, deu detalhes sobre as escolhas de componentes, que não se limitaram ao corte de custos — os modelos “T” tradicionalmente são versões mais acessíveis da linha premium da marca.
Mesmo contando com uma taxa de atualização de 144 Hz, a tela do Xiaomi Mi 10T usa um painel LCD e não conta com as laterais curvas. O Mi 10 original, por sua vez, utiliza um painel OLED que se estende até as bordas do aparelho, características geralmente consideradas superiores no mercado.
LCD x OLED
O ponto mais polêmico do novo celular foi o uso do painel LCD. Hoang afirmou que a escolha se deu por dois motivos, o primeiro é que “é melhor ter um LCD de alta qualidade do que um AMOLED 'mais ou menos'”.
Pode parecer estranho, mas a declaração tem fundamento. Fabricantes dos componentes como a LG Display, Samsung Display, TCL/CSOT e BOE oferecem diferentes níveis de qualidade para seus painéis, geralmente classificados com as notas A+, A, B e C, de acordo com imperfeições e especificações técnicas.
O uso de um bom painel OLED com os mesmos 144 Hz certamente aumentaria e muito o custo de fabricação do aparelho, que seria repassado aos clientes. Além disso, o componente seria melhor utilizado por um eventual modelo da família BlackShark ou talvez o novo Mi 11.
Já o segundo argumento apresentado pelo representante da Xiaomi não tem comprovação científica, e se baseia na alegação de que algumas pessoas sentem uma fadiga visual excessiva ao utilizar telas AMOLED.
Tela plana
A opinião dos consumidores está por trás também da adoção de uma tela plana no Xiaomi Mi 10T. Hoang declarou ao TechRadar que pesquisas feitas pela fabricante chinesa revelaram que 60% dos usuários preferem um display que não se estende às laterais do aparelho. Entre os argumentos apresentados estão os toques acidentais nos cantos curvos da tela.
O executivo da Xiaomi concluiu que a linha Mi 10T chega não para substituir os modelos Mi 10, e sim para oferecer mais opções aos consumidores, que podem levar em consideração suas preferências de uso da tela na hora de comprar um smartphone premium.
Fonte: TechRadar