Realme cresce 46% na Índia enquanto a líder Xiaomi cai 18%
Por Vinícius Moschen | Editado por Wallace Moté | 10 de Maio de 2022 às 10h54
Um novo relatório divulgado pela agência IDC mostra em detalhes como foi o primeiro trimestre no mercado indiano de celulares, um dos mais importantes do planeta. A Realme manteve sua tendência de alta durante o período analisado, chegando ao terceiro lugar do ranking e crescendo 46% no acumulado dos últimos 12 meses.
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A Índia é um dos poucos mercados do planeta que não tem a Samsung como marca que mais vende smartphones. Este posto é ocupado pela Xiaomi, mesmo que a companhia chinesa tenha registrado uma queda nos envios próxima a 18% em comparação com o mesmo período do ano passado.
A Samsung teve um decréscimo mais tímido, de 4,7%. Mesmo assim, a marca coreana manteve a segunda colocação, com uma fatia de mercado próxima a 19% e sete milhões de unidades comercializadas.
Entretanto, a maior variação fica por parte da Realme. Com um crescimento próximo a 46% em um período de apenas um ano, a empresa surge na terceira colocação entre as mais populares na Índia. Além disso, sua fatia de mercado saltou de 10,7% para 16,7% no mesmo intervalo.
Na sequência, aparecem nomes como a Vivo Mobile e Oppo, ambas com perdas significativas por terem sofrido a crise dos componentes de forma mais aguda. No geral, o mercado de smartphones na Índia é bastante diversificado, já que 16,7% das unidades comercializadas são produzidas por marcas que não aparecem no top 5.
Marca/Período | Fatia de mercado/1º T - 2021 | Fatia de mercado/1º T - 2022 | Aparelhos enviados/1º T - 2021 (em milhão) | Aparelhos enviados/1º T - 2022 (em milhão) | Variação |
Xiaomi | 27,2% | 23,3% | 10,4 | 8,5 | -18,2% |
Samsung | 19,0% | 19,0% | 7,3 | 7,0 | -4,7% |
Realme | 10,7% | 16,4% | 4,1 | 6,0 | 46,3% |
Mercado indiano em dificuldades
Ainda como uma consequência da pandemia de covid-19 e dificuldades logísticas gerais, a quantidade de aparelhos vendidos ainda é menor do que o esperado.
A IDC informou que 37 milhões de celulares foram comercializados no intervalo, uma redução de aproximadamente 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esta queda é especialmente sentida entre os dispositivos mais baratos: a categoria daqueles que custam menos de US$ 200 (cerca de R$ 1.026 em conversão direta) teve um decréscimo de 16%. Enquanto isso, a faixa dos US$ 200-300 (~R$1.026-1.539) registrou uma diminuição de presença no mercado de 18% para 14%.
Por outro lado, os celulares mais caros apresentam recuperações mais rápidas. Os intermediários premium de US$ 300 a US$ 500 (~R$ 1.539 a R$ 2.566) viram suas vendas aumentarem em 75% quando comparadas com o início do ano passado, enquanto os mais avançados com valor superior a US$ 500 (~R$ 2.566) já alcançaram 5% do mercado.
As previsões dos analistas para o primeiro semestre de 2022 não são muito otimistas. Espera-se que seguidos aumentos na inflação e problemas nas linhas de produção mantenham os números em patamares mais baixos — entretanto, este panorama pode mudar a partir do segundo semestre deste ano.
Fonte: IDC