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Opinião: 4 problemas nos smartphones que não desaparecem com o tempo

Por| 22 de Dezembro de 2015 às 10h06

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Opinião: 4 problemas nos smartphones que não desaparecem com o tempo
Opinião: 4 problemas nos smartphones que não desaparecem com o tempo

Já reparou que os smartphones avançaram muito, mas alguns problemas permanecem? E que novos problemas ainda surgem? Quem comprou um top de linha em 2011, por exemplo, não tinha que se preocupar com superaquecimento, algo que alguns modelos atuais mal conseguem terminar o dia sem recair no vício de precisar de uma nova visita à tomada. Fabricantes pegam esses problemas, mandam para a equipe de marketing e os apresentam como recursos, “features” ou mesmo diferenciais, mantendo as vendas de smartphones bem aquecidas.

Ainda que existam casos específicos aqui e ali, separamos as 4 principais lendas urbanas de problemas vendidos como recursos, repetidos exaustivamente conforme os anos.

Cartão micro SD é do mal?

De tempos em tempos, sempre aparece algum fabricante demonizando o cartão micro SD, e sempre usando os mesmos argumentos. “Dá muito problema”, “Tem desempenho inferior em relação a memória interna” e “Prejudica a experiência de uso” são os mais argumentos mais batidos, e quando não são mentiras descaradas, são meias verdades. Curiosamente, fabricantes que fazem isso cobram uma fortuna por modelos com mais memória interna. Que coincidência, não?

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A verdade é que há sim cartões micro SD de baixíssima qualidade por aí, mas comparar um modelo de baixo custo com outros de fabricantes estabelecidas, como a Kingston e a Sandisk, é no mínimo desonesto. E, mesmo se qualquer um dos argumentos acima fosse verdade, é escolha do usuário instalar um cartão micro SD ou não. Essa história de desmerecer os cartões micro SD e vender versões com mais memória interna com o argumento de “proteger o usuário” é somente uma bela desculpa para superfaturar o smartphone.

Bateria pequena, mas que dura o dia inteiro

Se há um ponto que os fabricantes precisam melhorar, e muito, é a autonomia de bateria de seus smartphones. Enquanto a maioria dos modelos trazem capacidades razoáveis, em outros o fabricante realmente força a barra. O iPhone 6s, por exemplo, tem uma bateria de 1.715 mAh, enquanto o Galaxy S6 tem menos capacidade do que o modelo anterior, o Galaxy S5. O que os dois modelos têm em comum? Não precisam de muito para deixar o usuário na mão antes do dia acabar, mesmo com uso moderado.

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A desculpa para isso é tornar o smartphone mais fino. Desnecessariamente mais fino, mesmo que isso sacrifique o bem-estar do usuário, que passa a ser um expert em localizar tomadas onde quer que vá. Ou ter que andar com uma bateria externa o tempo todo, já que a probabilidade de não terminar o dia com carga fica entre 100% e com certeza. Se a desculpa para não usar cartões micro SD é não atrapalhar a experiência de uso do usuário, por que fabricantes a prejudicam propositalmente nesse caso, obrigando o usuário a conviver com uma bateria menor?

Apple instala uma bateria muito pequena para manter o iPhone fino. Depois, vende um case com bateria para resolver isso, aumentando a espessura do iPhone. Resumindo: cria o problema e cobra pela solução.

Não há otimização de software que compense uma bateria muito pequena, e vender um “modo de emergência” como recurso - sendo, na verdade, uma gambiarra - apenas minimiza um problema que não deveria existir. Prova disso é que mesmo a Apple anunciou uma capa com bateria integrada pela bagatela de US$ 100.

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A câmera fica em alto-relevo porque ela é muito boa

Aí está um argumento que não entendemos. Agora virou moda ter a câmera traseira em alto-relevo, usando como desculpa o fato de que o sensor é muito grande, o que acaba exigindo um espaço extra. Ou mesmo para ficar mais "sexy", segundo alguma estratégia obscura de marketing. Se o fabricante quisesse, com certeza resolveria esse problema nivelando a região traseira na hora de projetar o smartphone, já que a impressão que fica é que é um design ruim, algo que os projetistas só perceberam nas fases finais de testes.

Ou, ainda mais provável, criar uma desculpa para vender acessórios. Desde que os fabricantes perceberam a alta lucratividade das capas de smartphone, acabam anunciado novos modelos junto com o lançamento do smartphone. É o famoso criar o problema para cobrar pela solução, já que esse nível extra fará com que a câmera seja a primeira a receber impactos quando encostar em uma superfície, aumentando o risco de quebra.

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O smartphone esquenta porque é muito potente

Pode até ser verdade, já que smartphones com chips de oito núcleos se tornaram comuns no segmento top de linha e rodam com clocks bastante altos. Mas é importante considerar que celulares não possuem coolers, então é preciso dimensionar corretamente a capacidade de dissipação de calor (até mesmo a necessidade) de usar um SoC tão potente. O que vale mais a pena: ter GHz/núcleos extras para fazer bonito nos benchmarks ou poder usar a câmera e aumentar o brilho da tela sem receber mensagens de superaquecimento?

Em 2015, tivemos uma boa quantidade de modelos com esse novo problema, já que tops de linha de poucos anos atrás esquentavam sim, mas não a ponto de não permitir que o usuário utilize certas funções do smartphone frequentemente. Novamente: quem projetou o telefone não previu isso? Ou viu e não se importou, lançando o smartphone e descrevendo as reclamações do usuário como mau uso? Alguns fabricantes até se orgulham disso, explicando que o aparelho é muito potente. Então ele é superpotente, mas não posso usar muito, é isso?

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Conclusão: tudo faz parte de um mesmo fenômeno

Todos os problemas acima possuem a mesma origem: foco em impressionar o usuário com números, não com experiência de uso real, em especial quantos milímetros de espessura tal modelo tem. Por exemplo, se fabricantes não voltassem sua atenção em fazer com que seus modelos ficarem impossivelmente finos, haveria espaço para uma bateria maior, acomodar o sensor “gigante” de câmera e dar mais espaço para o processador respirar, dissipando calor de forma mais eficiente.

Mas se isso acontecesse, não haveria motivo para vender acessórios próprios, como baterias externas e capas de proteção, ou aumentar a margem de lucro com modelos com mais memória interna, não é mesmo? Ou resolver um ou dois problemas nas próximas versões - problemas esses criados pelo próprio fabricante, que, por sua vez, virá com um novo defeito. Aí é só comprar uma nova versão, e outra, e mais uma. Ótimo para os fabricantes, péssimo para o consumidor.