Moto G chega à 8ª geração com 100 milhões de vendas e concorrência acirrada
Por Felipe Junqueira | 18 de Abril de 2020 às 11h00
Há sete anos, a Motorola inovou ao lançar um smartphone de baixo custo com especificações bastante razoáveis: nascia a linha Moto G. Oito gerações depois, muita coisa mudou no mercado, mas esses celulares intermediários continuam entre os favoritos dos brasileiros, especialmente pelos recursos diferenciados para a faixa de preço.
Em março, ao anunciar os mais recentes modelos da linha, a companhia revelou que já foram vendidas 100 milhões de unidades de Moto G desde 2013, sendo que 40 milhões foram compradas no Brasil. Os números apenas reforçam o quanto esses intermediários são amados no país.
“A família Moto G, lançada em 2013, criou o segmento de aparelhos intermediários e revolucionou a indústria móvel”, apontou o chefe de produtos da empresa no Brasil, Thiago Masuchette, em conversa com o Canaltech. “O Moto G é o queridinho do Brasil. E a essência do produto se mantém a mesma desde o seu lançamento: oferecer recursos premium a preços acessíveis, trazendo inovação a cada nova geração”, explicou.
Em resumo, a Motorola acredita que o fascínio pela linha, principalmente por parte do brasileiro, está explicada aí: os recursos que, antes, só estavam disponíveis em modelos caros, nos chamados topo de linha, enquanto se mantém em uma faixa de preço que o brasileiro pode pagar.
“Ao longo dos anos, a família Moto G trouxe inovação a cada nova geração, como acabamento de vidro, carregamento rápido, melhores câmeras, bateria de maior duração, sensor de impressão digital, chipsets mais poderosos e tela Max Vision com borda infinita, sempre com preços acessíveis”, listou Masuchette.
Mas o mercado mudou nesses últimos sete anos. Dispositivos intermediários já representam a maior fatia não só dos lançamentos como das vendas. Em 2019, os celulares Android mais vendidos no mundo são dessa categoria: Galaxy A10, A50, A20 e Redmi Note 7, na ordem. O Galaxy S10+ é o primeiro flagship com o sistema a aparecer, na quinta colocação.
De olho no usuário brasileiro
Além disso, teve o surgimento de fabricantes chinesas que inundaram o mercado com modelos intermediários de ótimas especificações a preço baixo. E aí o desafio da Motorola ficou maior: era preciso buscar diferenciais para não ser engolida pela concorrência.
Recentemente, as empresas começaram a oferecer recursos inovadores primeiro em intermediários, para depois levá-los aos topo de linha. E ainda assim, os Moto G ainda conseguem oferecer algo a mais para o consumidor, segundo a fabricante.
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“No caso da família Moto G8, buscamos atender aos usuários de smartphones com necessidades diferentes, especialmente no segmento de valor. Por isso, oferecemos vários dispositivos com especificações e recursos diferentes a preços variados, para que cada consumidor possa encontrar o dispositivo que deseja por um preço que funcione para ele”, justificou o executivo, referindo-se à expansão da linha para, atualmente, quatro modelos.
Essa ampliação começou aos poucos. Na terceira geração, foram lançadas variantes com mais ou menos armazenamento e até uma com televisão digital. Na quarta, chegaram os modelos Play e Plus, aos quais se juntou o Power a partir de sétima. Com mais a variante base, são hoje quatro diferentes aparelhos oferecidos ao público. Pode ser que um quinto chegue ao Brasil futuramente, mas, ao menos por ora, o Moto G8 Power Lite só foi lançado lá fora.
Atualmente, o Moto G8 Play é a variante mais em conta, com hardware um pouco mais modesto, mas ainda oferecendo boa parte dos recursos presentes nos outros modelos: conjunto de câmeras triplo na parte traseira, tela grande e bateria de capacidade satisfatória.
Na oitava geração, a empresa inverteu a faixa de preço dos modelos básico e Power. O Moto G8 traz a mesma potência dos dois mais, digamos, completos, bateria também satisfatória, mas reduz a resolução da tela (HD) e tem conjunto de câmeras um pouco mais modesto, apesar de também ser triplo.
O Power agora vai um pouco além de oferecer apenas bateria gigante, de 5.000 mAh — 1.000 mAh a mais de capacidade que os outros três. Além disso, tem quatro câmeras na parte traseira, oferecendo até alguns recursos que não estão presentes no Plus. Por sua vez, o que seria o mais avançado se destaca pelo conjunto fotográfico, com uma câmera de 48 MP e o único a oferecer modo noturno para melhorar fotos com pouca luz.
Concorrência chinesa
Se não pode vencê-los, junte-se a eles. A máxima é, de certa forma, o que a Motorola optou por fazer com o mundo de aparelhos chineses que, principalmente a partir de 2018, começou a chegar aos montes ao Brasil, via importação dos próprios consumidores. Assim, o brasileiro conseguia acessar os tais recursos premium com preço bastante acessível.
O movimento natural de ampliação da família conseguiu segurar, ao menos em partes, o avanço chinês. Com mais modelos disponíveis, um público maior se sente representado por um aparelho da marca. Mas é necessário oferecer mais e, segundo Masuchette, a principal aposta da Motorola, que tem origem americana, mas hoje pertence também a uma empresa chinesa, é o fato de ter estrutura em todo o território nacional para ir além da experiência de compra de um smartphone a preço acessível.
“Temos um compromisso de longa data com o Brasil", explicou. "Compromisso esse que oferece smartphones para atender as necessidades de cada grupo de consumidor, mas além do aparelho, a Motorola entrega uma experiência completa”, prosseguiu o executivo.
"Além do aparelho, a empresa oferece um serviço de pós-venda com diversos canais e serviços digitais como chatbot, WhatsApp, call center, além de hub de conteúdo com o site Hello Moto, o aplicativo Hello You, onde o usuário pode fazer, por exemplo, um diagnóstico do aparelho, a plataforma Moto Dicas, com tutoriais de como usar os recursos dos seus smartphones, entre outros. Esse é um dos nossos diferenciais”, defendeu o executivo.
Por fim, o representante da Motorola aponta como diferencial para o mercado nacional a constante busca por pesquisas de mercado para entender o que o consumidor mais preza no smartphone.
“Nosso espírito pioneiro e nosso compromisso em encontrar novas maneiras de resolver problemas do consumidor continuam a inspirar nossas inovações hoje. A expectativa é seguir fazendo esse dever de casa e oferecendo as melhores soluções aos nossos consumidores”, finalizou Masuchette.