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Mitos e verdades sobre como carregar o smartphone corretamente, parte 2

Por| 05 de Agosto de 2016 às 23h25

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Mitos e verdades sobre como carregar o smartphone corretamente, parte 2
Mitos e verdades sobre como carregar o smartphone corretamente, parte 2

Na primeira parte deste artigo nós conversamos sobre duas dúvidas comuns sobre como carregar corretamente o smartphone. No primeiro caso – deixar carregando durante a noite toda – explicamos que isso não chega a ser um problema. O corolário, porém, é que não é recomendado utilizá-lo quando ele está carregando, algo que não é restrito à noite, mas a qualquer situação. Se fôssemos eleger as melhores práticas nesse sentido, diríamos que: se o smartphone está carregando, deixe-o.

No segundo caso – os carregadores rápidos – mostramos que o aquecimento causado por eles é algo previsto. Desde que se use o carregador incluso na embalagem, já que cada fabricante tem a sua própria técnica e especificações em seus produtos. Ambos partem do mesmo princípio: baterias odeiam calor. Ainda que notebooks posicionem as baterias longe das regiões de calor (quer dizer, os bons modelos), é quase impossível fazê-lo em um aparelho tão pequeno quanto um smartphone, de forma que a única "solução" é deixar o smartphone frio.

Agora vamos tratar de dois itens que pouco têm a ver com calor, mas que ainda são fontes de dúvida para os usuários.

Baterias têm memória - Mito

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Não, não têm. A resposta simples e direta é essa. Esse mito parte da herança de quem já teve os primeiros celulares. Lembram? Aqueles que eram tão limitados que só eram capazes de realizar ligações? Esses modelos usavam baterias diferentes da atual, muitas delas baseadas em níquel (NiCd ou NiMH), que de fato trabalhavam com esse conceito de "memória". Muitos desses celulares vinham, inclusive, com instruções de ficar várias horas carregando antes do primeiro uso exatamente para que o celular tivesse a informação correta de quanta carga havia ali.

Atualmente são raros os aparelhos que tragam essa bateria, de uma forma geral. Geralmente isso está restrito a eletroportáteis mais baratos, como barbeadores e cortadores de cabelo mais baratos. Baterias de níquel foram extintas há um bom tempo em smartphone e tablets, sendo bastante raro, senão impossível, encontrar um modelo que não utilize íons de lítio. Não importa a capacidade ou o segmento de mercado do smartphone: ele usa baterias de lítio, e elas não guardam mágoa.

Smartphones usam baterias de íons de lítio há anos, e elas não têm "memória".

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É importante, porém, não competir isso com calibragem, um processo que pode (ou não) resolver o problema de funcionamento de algumas baterias, quando estas começam a se comportar de forma errática. Muitas vezes, usuários confundem uma bateria descalibrada como viciada, mas não é o caso. Há um arquivo no smartphone que registra a capacidade atual de bateria, e é este arquivo que fornece o estado atual dela. Aquele que aparece no topo da tela.

No Android esse arquivo é chamado Battery Stats, por exemplo, e cada sistema operacional possui um. Uma bateria "descalibrada" acontece quando esse arquivo passa a medir informações errada da bateria, algo observado nos dois extremos. Se o smartphone desliga sozinho quando a bateria está "ok", apontando 30% de carga, ou acaba muito rápido mesmo quando desconectada com 100% de carga, esse é um sinal e tanto de que essa calibragem foi para o espaço.

A capacidade escrita na bateria é uma estimativa. Pode ser tanto um pouco mais quanto um pouco menos.

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Para recalibrar a bateria, algo automatizado por vários smartphones e notebooks, esse arquivo precisa ser reescrito, e o processo não faz nada mais do que registrar corretamente quando está cheia ou vazia. Isso, porém, não deve ser confundido com vício, já que é uma falha de sistema.

Colocou para carregar e tirou, foi-se um ciclo - MITO

Muitos fabricantes estipulam a vida útil das baterias através de ciclos. Produtos mais antigos, de notebooks a smartphones e tablets, geralmente garantiam até 300 ciclos de recarga, valor que subiu para aproximadamente 500 ciclos em grande parte dos aparelhos atuais, chegando a 1000 ciclos em certos casos. Em teoria, isso significa que depois dessa marca a capacidade máxima dessas baterias passa a ser 80% da original. É importante ter em mente, porém, que isso nada mais é do que uma estimativa.

Exatamente: uma estimativa. Não existe uma relação pétrea entre quantidade de vezes que uma bateria é recarregada e quanta carga ela é capaz de reter. Depois de recarregar uma bateria 300 vezes (ou 500, ou 1000), isso não significa que a autonomia passa a ser exata e precisamente 80% da original. Aliás, mesmo o "100%" é uma estimativa. Não é porque você ligou o smartphone pela primeira vez que a bateria terá exata e precisamente 100% de sua capacidade anunciada. Novamente: é uma estimativa com maior ou menor precisão, mas ainda assim é uma estimativa.

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Ciclos são apenas estimativas. Nada mais do que isso.

Agora, o que é um ciclo? Basta colocar para carregar e tirar, depois de qualquer porcentagem, para "queimar" um ciclo ou a porcentagem carregada corresponde à mesma porcentagem de um ciclo? Nenhum dos dois e, em especial no segundo caso, não existe "meio-ciclo", "¾ de ciclo" ou "Σ(∏+1)*∂(ω/β)² ciclo", exatamente pelo fato de ser uma estimativa. Apesar disso, quanto mais ciclos a bateria trouxer especificados, melhor.

Muitos caem no erro de maximizar a vida útil da bateria esperando o smartphone descarregar completamente e depois carregá-lo a 100%, "gastando" menos ciclos no processo. Na prática, isso mais prejudica do que ajuda. O ideal é usar uma margem de segurança, como 20-80% ou 25-75%, sempre usando o 50% como parâmetro, mas mais importante do que fazer isso é não deixar o smartphone descarregar completamente.

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Aqui estamos focando mais em smarphones, mas pode ser estendido para qualquer equipamento que utilize baterias de íons de lítio, como notebooks.

Mais importante ainda é seguir a primeira dica que demos na primeira parte, que é deixar a bateria longe do calor. Uma bateria que trabalha continuamente em temperaturas altas acaba perdendo a sua vida útil mais rapidamente, independentemente de quantos ciclos ela tem. É como acontece com carros usados: mais vale comprar um carro com kilometragem maior em estrada (funcionando em suas condições ideais) do que com kilometragem menor, mas usado principalmente em trajetos curtos na cidade (as famosas "condições adversas").

Mas não é necessário ficar muito paranoico com isso, algo que vamos explorar na terceira parte, já que uma bateria grande que depois de alguns anos ainda fornece uma boa autonomia quando passa a oferecer 80% de carga (caso de um Moto Maxx, por exemplo). É diferente de trazer uma bateria viciada, que é um problema diferente, então não deixe de conferir a nossa terceira parte desse artigo, que postaremos nos próximos dias.

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Com informações: Battery University 1 e 2, PC Advisor, FOSS Bytes