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iPhone 15 mantém travas de software para conserto apesar de melhorias

Por  • Editado por Wallace Moté | 

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Desmontado por Zack Nelson, do canal JerryRigEverything, o iPhone 15 voltou a mostrar as melhorias implementadas pela Apple para facilitar o processo de desmanche e conserto do smartphone premium. Por outro lado, o criador de conteúdo destaca como há certas decisões que indicam que a Maçã tenta desencorajar reparos feitos pelo próprio usuário ou assistências técnicas de pequeno porte, não apenas mantendo algumas complicações na retirada de certos componentes, como ainda utilizando travas de software nas peças.

Com algumas exceções, o processo de desmanche do iPhone 15 é bastante simples, seguindo as melhorias incorporadas pela gigante de Cupertino no iPhone 14. O procedimento pode ser iniciado pela tampa de vidro traseira, que possui travas protegendo alguns dos cabos, de modo a impedir que as ferramentas os cortem — ponto bastante positivo. Dito isso, os longos parafusos usados para fixação permanecem, e há uso de muita cola, tornando a remoção mais complicada.

Há mais alguns aspectos curiosos e bem-vindos presentes na construção do telefone: a bateria utiliza as "pull tabs", adesivos que podem ser puxados para retirar a célula com facilidade, evitando acidentes e tornando sua substituição mais simples e segura. O componente também traz 100% de cobalto reciclado, aspecto que integra os compromissos da Maçã em reduzir impactos ambientais e é pouco visto em outras fabricantes.

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A estrutura do dispositivo é feita em peça única de alumínio série 7000, variante de maior resistência do metal, em vez da combinação de peças separadas de alumínio e titânio vista no iPhone 15 Pro, e há adoção de 100% de cobre, ouro e latão reciclados na placa-mãe. Por fim, uma peça vazia de metal é usada no lugar do leitor de cartões SIM de rede móvel na versão norte-americana do iPhone 15, que utiliza apenas o eSIM. Isso facilita a fabricação em massa, já que não é preciso separar os modelos em linhas de produção diferentes.

No geral, Zack define o iPhone 15 como um aparelho relativamente tranquilo de reparar, mas há um grande obstáculo bastante desagradável: a própria Apple. Apesar das promessas de facilitar o conserto e do comprometimento da marca com o movimento "Right to Repair" (ou Direito de Reparar, em tradução livre), a marca continua empregando bloqueios de software em peças como a tela e até mesmo o painel de vidro traseiro, que não possui qualquer componente eletrônico.

A prática é fortemente condenada por especialistas da área de reparos, como o time do portal iFixit, que chegou a reduzir a nota de facilidade de reparo do iPhone 14 por esse motivo. Se por um lado o método assegura o uso de peças originais, por outro torna o conserto muito mais caro e limitado, além de inviabilizar a reciclagem de peças originais retiradas de iPhones sem uso. Relatos revelam que algumas assistências técnicas autorizadas chegaram a abandonar o ramo diante das restrições.

Em resumo, a conclusão é mista: o iPhone 15 está mais fácil de reparar, mas possui limitações de software nas peças que prejudicam técnicos e, por extensão, os consumidores — pode ser interessante ter isso em mente ao comprar o aparelho, especialmente pelo preço elevado, que parte de R$ 7.299 no Brasil.