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iPhone 14 estaria dificultando consertos com restrições exageradas

Por  • Editado por Wallace Moté | 

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(Imagem: Divulgação/Apple)
(Imagem: Divulgação/Apple)

Apesar de ter se comprometido com o movimento Right to Repair, e receber uma alta nota de reparabilidade com o iPhone 14, a Apple estaria novamente dificultando o trabalho de lojas de conserto independentes ao implementar exigências exageradas. A descoberta foi feita pelo time do site especializado em reparos iFixit, que constatou que, ainda que tenha adotado um processo mais amigável, a gigante de Cupertino continua utilizando travas de software para peças que não sejam compradas via loja oficial, mesmo quando são originais.

Quando foi lançado em setembro de 2022, o iPhone 14 foi elogiado por trazer melhorias significativas na construção, voltadas para facilitar o conserto das peças mais essenciais, como bateria e tela. O resultado foi uma queda drástica no preço oficial de reparo, já que não era mais preciso substituir a carcaça inteira para a troca de determinados componentes, além da adoção do design simplificado em toda a família iPhone 15. Essas características levaram o iFixit a recomendar o aparelho em relação à reparabilidade, com nota 7 de 10.

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Pouco mais de um ano depois, nesta quarta-feira (19), a equipe anunciou ter voltado atrás ao reduzir a nota para 4 de 10, e mudar a conclusão para "não recomendado". A decisão se deu diante de uma extensa pesquisa feita pelo portal, que revelou que a Apple estaria implementando restrições exageradas no processo de conserto. A gigante está de fato mais aberto à prática, oferecendo ferramentas e peças oficialmente, mas segue limitando via software componentes que não tenham sido comprados junto à empresa.

O procedimento exige que as reposições sejam sincronizadas com os servidores da Apple, usando um programa específico fornecido pela Maçã. Se não atender a esses requisitos, o iOS emite notificações questionando a genuinidade da peça, e é possível que o usuário perca o acesso a certos recursos — o iFixit relata uma troca de tela em que o True Tone foi desabilitado. O principal problema é que essas restrições também são aplicadas em componentes oficiais retirados de modelos não funcionais.

Se por um lado pode-se dizer que as exigências extremas garantem consertos de qualidade ao consumidor, por outro, têm tornado inviável o trabalho de algumas lojas de reparos, que costumam aproveitar peças preservadas de aparelhos não funcionais — prática incentivada por assegurar a reciclagem e levar à redução de impactos ambientais por descarte incorreto —, a ponto de levá-las a abandonar o negócio.

O site deixa claro que a construção de conserto mais amigável ainda é um trunfo, mas destacou como a gigante de Cupertino pode agir melhor sendo a companhia mais valiosa do mundo. Aos consumidores, o time recomenda a compra de produtos com maior facilidade de reparo, atitude que passaria uma mensagem aos engenheiros, incentivando a criação de aparelhos que durem por mais tempo.