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The Last of Us | 8 pontos em que a série é diferente do videogame

Por| Editado por Jones Oliveira | 12 de Março de 2023 às 23h00

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HBO
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Um dos principais elogios ouvidos ao longo de toda a primeira temporada de The Last of Us é o quanto a adaptação do game foi fiel ao material original. Da reconstrução dos cenários à construção inteira de certas coisas, muita coisa parecia ter sido retirada diretamente do jogo e colocado no live action.

Contudo, isso não quer dizer que a HBO não tomou algumas liberdades para mudar certos pontos da história e da própria personalidade de seus heróis na hora de levar esse universo para outra mídia. Sob a supervisão do criador dessa trama nos videogames, Neil Druckmann, vimos muitas alterações que mexeram tanto na dinâmica de alguns eventos quanto deram nova profundidade a diálogos e acontecimentos.

Alguns deles foram mais óbvios, mas outros passaram despercebidos por boa parte do público — o que só comprova o quanto essas alterações serviram para mostrar o quanto uma boa adaptação vem apenas para engrandecer o que já é bom. Sendo assim, confira 8 diferenças entre a série de The Last of Us e o videogame.

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Atenção! Este texto tem spoilers de toda a temporada de The Last of Us!

8. Funcionamento do fungo

A primeira grande alteração da série é a mais óbvia e até já falamos por aqui antes. The Last of Us mexeu bastante em tudo relacionado ao fungo responsável pelo surto e que acabou com a humanidade como conhecemos. A começar pelo fato de que a trama se aprofundou bastante na biologia do cordyceps, em seu comportamento e nas suas próprias origens.

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No jogo, o fungo funciona quase que da mesma forma que um vírus zumbi ou qualquer outra ameaça invisível que transforma a pessoa em monstros. Tem suas nuances, mas nada muito aprofundado — ao contrário do que a HBO apresentou.

Além de tornar o cordyceps bem mais aparente, com os filamentos saindo da boca dos infectados e deixando evidente como a contaminação acontece, a série mostrou como o fungo toma conta do corpo da vítima. Os jogos sugerem algo nessa linha ao mostrar os diferentes níveis da infecção, mas o seriado mostrou que as pessoas estão literalmente mofadas por dentro e isso gera um impacto novo.

Isso sem falar que os episódios iniciais em que vemos cientistas descobrindo a mutação e o terror que isso causa neles serve tanto para explicar como a doença se espalhou tão rapidamente como também para mostrar que o fim era inevitável.

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7. Sem esporos

Ainda nessa mudança no comportamento do cordyceps, a adaptação de The Last of Us fez algumas mudanças que geraram muita reclamação dos fãs antes mesmo da estreia da série, mas que ninguém deu muita bola depois que os episódios foram ao ar. É o caso da falta dos esporos.

Nos jogos, há áreas em que o fungo se espalhou tanto que o ambiente inteiro foi tomado por esporos, o que força os personagens a usarem máscaras de gás para poderem andar por ali. Só que isso acabou ficando de fora da trama por uma questão óbvia: se isso acontecesse de verdade, esses esporos teriam se espalhado por todo o mundo e ninguém iria escapar dele.

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Assim, a solução encontrada pela série foi ignorar esse detalhe dos jogos e criar uma dinâmica nova para os infectados. Foi quando o roteiro estabeleceu que o cordyceps se espalhou fisicamente por algumas áreas e que todos os infectados dentro daquele perímetro estão conectados. É algo que gera um novo tipo de ameaça e urgência, além de explicar como eles sempre sabem onde encontrar Joel e Ellie.

6. 2023 alternativo

Outra mudança que havíamos comentado anteriormente é a cronologia dos fatos. No jogo original, o surto do cordyceps acontece em 2013 e os eventos da trama principal se passam duas décadas depois, em 2033.

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Só que o showrunner da série, Craig Mazin, disse acreditar que essa ideia de uma história ambientada no futuro tira o impacto e a urgência de certos acontecimentos. Por isso, The Last of Us na HBO teve uma mudança significativa em seu calendário e todos os acontecimentos que vemos se passam em um 2023 alternativo.

Pode parecer apenas um detalhe, mas é uma mudança que deve ter implicações mais severas na segunda temporada.

5. Background para Henry e Sam

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Embora tenham aparecido por apenas dois episódios, a participação dos irmãos Henry (Lamar Johnson) e Sam (Keivonn Woodard) na série é muito mais complexa do que nos games. Na trama dos jogos, eles são apenas dois sobreviventes que cruzam o caminho de Joel e Ellie e que os ajudam por um tempo. Na prática, são duas pessoas que acabam pegando carona com os heróis por estarem indo para o mesmo lado.

A série se preocupou em dar um pouco mais de profundidade à dupla, colocando-os não apenas como sobreviventes, mas também fugitivos. A história dos irmãos está atrelada à revolta popular que aconteceu em Kansas City e que colocou uma milícia armada no poder.

Toda essa história de Henry ser um informante da Agência Federal de Resposta a Desastres (FEDRA, na sigla em inglês) e ter ajudado a matar o líder rebelde para conseguir remédios para Sam foi criada para o seriado e deixou tudo ainda mais interessante.

4. O povo contra a FEDRA

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Aliás, nada dessa trama envolvendo a revolução em Kansas City está presente no jogo. Na verdade, Joel e Ellie nem mesmo vão para a cidade no game. Toda a sequência envolvendo a armadilha dos saqueadores acontece em Pittsburgh e se resume apenas a um bando de criminosos atacando sobreviventes que passam por ali.

Assim, a HBO fez questão de dar um novo olhar para esse pedaço de The Last of Us para transmitir uma mensagem que não havia no original: quando não há libertação, o sonho do oprimido é se tornar opressor. Dessa forma, a população que sofria horrores nas mãos dos agentes da FEDRA instaura um governo tão tirano quanto.

3. Ellie é muito mais durona

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Não há dúvidas de que Bella Ramsay deu vida de maneira espetacular à Ellie que conhecemos dos games. Contudo, há algumas diferenças sutis tanto na sua interpretação quanto em pequenos detalhes do roteiro que fazem com que a versão da série da personagem seja bem mais durona do que sua contraparte nos games.

A mais evidente delas acontece em Jackson. Toda a sequência em que a garota passeia por Jackson ao lado de Maria (Rutina Wesley) no seriado deixa claro o quanto ela não está interessada em nada do que a mulher tem para dizer e ela escancara em seu olhar o quanto ela está desgostosa por estar ali.

Um pouco mais adiante, quando ela ouve Joel pedindo para que Tommy (Diego Luna) a levasse até os Vaga-Lumes é outro ponto divergente e que dá um peso muito maior para a adaptação. Nos jogos, ela fica revoltada e foge do acampamento, o que leva a todo um trecho de busca pela menina cheio de infectados.

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Já na série, Ellie engole o choro e não esconde a sua decepção com Joel. Ao invés de fugir, ela aceita ir embora sem seu companheiro e faz seu ódio ser sentido no olhar. Ao mesmo tempo, gera uma das melhores cenas de toda a adaptação: Joel percebe a burrada que fez e pede para que a garota escolha com quem quer ir — e ela imediatamente responde que é com ele.

2. A história de Bill

Talvez a mais bela mudança que The Last of Us fez ao longo de toda a temporada, a história de Bill (Nick Offerman) é a prova de que até mesmo um roteiro tão aclamado nos games pode ser melhorado quando levado para outra mídia.

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Ao invés de trazê-lo apenas como um sobrevivente maluco que Joel e Ellie encontram de determinado ponto de sua jornada, o seriado explorou todo o passado do personagem para trazer uma mensagem que enriqueceu demais o roteiro — muito mais do que ser o cara que dá o carro para os heróis.

Assim, vemos como esse sobrevivencialista que sempre teve aversão à humanidade se transformou quando encontrou alguém para passar o apocalipse ao seu lado. É a partir do encontro com Frank (Murray Bartlett) que entendemos sua mudança de comportamento e de visão de mundo.

Além de render cenas muito bonitas e com um roteiro lindamente bem escrito, toda essa trama apenas engrandece a própria jornada de Joel, pavimentando o caminho para que ele desfaça suas defesas e se afeiçoe mais e mais a Ellie.

1. A imunidade de Ellie

A grande revelação de The Last of Us na TV foi o porquê de Ellie ser imune do cordyceps, uma informação que nunca foi apresentada nos games. Como é apresentado no episódio final, a mãe da protagonista — vivida pela mesma Ashley Johnson que faz a personagem no jogo — é atacada por um infectado logo após ter dado à luz e antes de cortar o cordão umbilical.

Embora a ideia de que o organismo da mãe produziu anticorpos tão raros e passou para o bebê em questão de segundos não faça o menor sentido, a gente aceita. Até porque é a resposta à questão que os jogos nunca trouxeram e abre novas possibilidades para a franquia como um todo.

Por isso mesmo, parece certo dizer que a origem da imunidade de Ellie é a mudança mais ousada que o seriado propôs. Resta saber o que os produtores planejam fazer com isso para o futuro.