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Drive to Survive | Como série da Netflix deu novo gás à F1?

Por  • Editado por  Durval Ramos  | 

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Divulgação/Netflix
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Uma das maiores revoluções da Fórmula 1 nos anos recentes não aconteceu nas pistas. Desde 2019, fãs do esporte (ou nem tanto assim) acompanham as temporadas anuais de F1: Dirigir Para Viver (ou Drive to Survive, como ficou conhecida internacionalmente), série que mostra o que acontece durante a temporada do esporte, mas cujos principais acontecimentos se passam enquanto os motores foram desligados.

Prova disso é que a recente demissão de Steiner, após os resultados pífios diante da Haas nos últimos anos, chamou mais a atenção dos fãs que os lançamentos dos carros para a temporada de 2024. Enquanto isso, o recente anúncio da ida de Hamilton para a Ferrari, uma das maiores movimentações da história recente por esporte, já faz com que muita gente aguarde ansiosamente as próximas duas temporadas de Drive to Survive, que nem estão confirmadas ainda.

Era, desde o início, a intenção da Liberty Media, dona da Fórmula 1 desde o final de 2016 — e deu certo. Segundo uma pesquisa publicada em 2023 pelo conglomerado Motorsport Network, em parceria com a Fórmula 1, a média de idade dos fãs da categoria caiu dos 36 anos para 32 anos, enquanto a audiência feminina mais do que dobrou nos últimos quatro anos.

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“Efeito Netflix”

Os reflexos, porém, já foram sentidos em 2019, quando a Liberty Media anunciou que a audiência da Fórmula 1 nos Estados Unidos havia mais do que dobrado desde a estreia da primeira temporada de F1: Dirigir Para Viver. Os dados são da ESPN que, na época, viu o número de espectadores por corrida sair de 547 mil na temporada de 2018 para 928 mil pessoas em 2021.

Com isso, vieram também ingressos esgotados para assistir à corrida ao vivo. O Grande Prêmio de São Paulo 2024, tradicional etapa da Fórmula 1 no Brasil, acontece apenas em novembro de 2024, mas já tem as arquibancadas lotadas enquanto você lê esse artigo. Detalhe: os tíquetes esgotaram em questão de minutos já no fim do ano passado, quando as vendas foram abertas, em um fenômeno digno de grandes shows internacionais.

O foco nos Estados Unidos, terra da Liberty Media e onde a empresa queria ver os números se multiplicando, também se reflete na realização de nada menos do que três provas do calendário no país. Os GPs de Austin, Miami e, mais recentemente, Las Vegas, se firmam como as etapas mais espetaculosas da temporada, ainda que esse show todo não necessariamente se reflita em disputas nas pistas.

Culpa do traçado, diriam alguns, ou da soberania de algumas equipes, afirmam outros. Aspectos que, novamente, ressaltam o foco nas pessoas e nos bastidores como elemento de sucesso de Drive to Survive, acima de configurar um documento histórico do que aconteceu a cada ano de disputas na Fórmula 1.

Os sinais também se desenrolaram internamente. A Ferrari e a Mercedes, duas escuderias tradicionais do circo da Fórmula 1, se recusaram a participar da primeira temporada da série por temerem que segredos industriais fossem revelados. Elas se tornaram peças centrais das temporadas posteriores, de olho no marketing envolvido.

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Isso também valeu para Verstappen, que negou participar da temporada que estreou em 2022, mas voltou já no ano seguinte. Na ocasião, reclamou da dramaticidade e do exagero envolvido em algumas situações; até hoje, ele diz não ser muito fã da forma como a Fórmula 1 é mostrada em Dirigir Para Viver, mas concede entrevistas e comenta momentos de sua jornada atual para a produção.

Derivados também pessoais

O sucesso de F1: Dirigir Para Viver foi além dos domínios da própria série e, às vezes, até da própria Fórmula 1. No Amazon Prime, por exemplo, estreou Fernando, que é considerada pelos fãs como um spin-off da produção da Netflix. Em duas temporadas lançadas em 2019 e 2020, a série explorou os anos em que o piloto espanhol Fernando Alonso passou fora da Fórmula 1, buscando a vitória em outras provas lendárias até seu eventual retorno à categoria.

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Mais recentemente, o Star+ se enveredou por uma das histórias mais impressionantes da modalidade em Brawn: Uma História Incrível da F1. Narrada por Keanu Reeves (John Wick), a minissérie documental conta a ascensão da equipe Brawn GP, que se tornou campeão absoluta em seu único ano de permanência na Fórmula 1 e firmaria as bases para o time que, hoje, conhecemos como Mercedes.

O golfe, um esporte preferido de alguns dos pilotos da categoria, também teve espaço nessa onda. Em 2023, para divulgar o Grande Prêmio de Las Vegas, foi transmitida ao vivo a Netflix Cup, que reuniu astros do esporte com pilotos de Fórmula 1 para uma disputa amigável. Ela foi vencida pela dupla formada pelo atleta da categoria, Justin Thomas, e o piloto da Ferrari, Carlos Sainz.

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Essa não é a única união entre o golfe e a Fórmula 1, aliás. Drive to Survive é citada como a grande inspiração para Dias de Golfe, série que estreou em 2023 e dá o mesmo olhar pessoal para a saga dos atletas da modalidade durante uma temporada do PGA Tour. Novamente, foi sucesso, com uma segunda temporada confirmada para março deste ano.

Enquanto isso, F1: Dirigir Para Viver chega em 23 de fevereiro à sua sexta temporada, com 10 episódios lançados de uma vez na Netflix. A empresa, por enquanto, não confirmou a renovação do documentário para 2025, mas diante do sucesso anual, os fãs dão esse retorno como certo.

Fonte: Com informações do Motorsport Network.