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Crítica | I Am Not Okay With This conta história intensa com sutileza

Por| 06 de Março de 2020 às 10h15

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Entrando para a lista de séries curtas para assistir na Netflix, I Am Not Okay With This estreou sem muito alarde na plataforma de streaming, trazendo uma história forte em um roteiro morno.

A trama é baseada nos quadrinhos de Charles Forsman, publicada em 2017, e conta uma história que aborda o mundo adolescente e seus dramas, com um pouco de sobrenatural. A protagonista, Sydney Novak (Sophia Lillis), de 17 anos, é uma jovem desajustada, que não está de acordo com os padrões aceitos para uma garota do ensino médio.

Atenção: esta crítica pode conter spoilers da primeira temporada de I Am Not Okay With This.

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A personagem leva todas as características de uma adolescente deste tipo, usando roupas simples, sem preocupação com maquiagem e cabelo, e contando com poucos amigos. A história é contada a partir de quando Sydney recebe um diário de presente da psicóloga de sua escola, como forma de lidar com o suicídio de seu pai.

Lá, ela coloca todos os seus pensamentos, divagações e relata como vem se sentindo em relação à escola e colegas, família e relacionamentos românticos, e assim a história é contada. O detalhe principal que dá contexto à trama é citado com bastante delicadeza, fazendo parecer que é apenas um mero detalhe, quanto na verdade é o centro de tudo.

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Sydney começou a perceber que tem poderes e que eles se manifestam quando ela está irritada, com quase nenhum autocontrole. No começo da série, as consequências são "leves", como fazer o nariz de uma pessoa sangrar ou ainda causar um ataque do coração no porco-espinho do irmão. Em apenas oito episódios de aproximadamente 20 minutos cada, I Am Not Okay With This trata o assunto apenas com o que é necessário, sem se aprofundar muito, sendo esse o motivo de parecer um detalhe não muito importante.

Mas no decorrer do drama de Sydney com esses poderes, ela conhece Stan (Wyatt Oleff), um rapaz também desajustado como ela e bem excêntrico, mas com autoestima para dar e vender. Ele se torna uma peça crucial no descobrimento do que está acontecendo com a jovem. Sydney também tem uma melhor amiga, a sua primeira e única, chamada Dina (Sofia Bryant), e os poderes são intensificados pelo ciúme do relacionamento que ela tem com Brad (Richard Ellis), quem viria a se tornar a pior vítima dessa situação.

Em uma mistura de Sex Education com Stranger Things e The End of the F***ing World — sendo dos mesmos produtores destes dois últimos —, I Am Not Okay With This entrega todos os elementos chaves de cada uma dessas séries em uma história curta. A trama se passa em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, envolve dois amigos, que se tornam um casal, contra o mundo, e ainda aborda o sobrenatural.

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O melhor da série fica para o final, quando, o que já era de se esperar, é revelado: os poderes de Sydney são uma herança do pai. Ao se alistar na marinha e acabar causando um desastre, o rapaz nunca conseguiu superar o que ele é capaz de fazer e comete suicídio. O fato faz cair a ficha da filha, que começa a entender que talvez ela tenha que tomar decisões importantes para não machucar as pessoas.

Mas na tentativa de ser uma adolescente normal, que é o que acontece com muitos dos desajustados, ela decide ir ao baile de sua escola, quando seus poderes tragicamente causam uma desgraça sem precedentes. No melhor estilo Carrie, A Estranha, que claramente é uma referência para a produção, o final do último episódio nos estrega o que esperamos durante os sete primeiros, que foram como um "menu degustação". A trama mostra que os poderes de Sydney são, sim, muito graves, e a série morna se torna em um filme de horror em poucos segundos.

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I Am Not Okay With This é uma série que entrega a emoção para o final, mas por ser curta e fácil de assistir, não se torna um mártir ao espectador esperar pelo momento chocante. Muito bem explicada e construída, a trama não se aprofunda em detalhes longos e cansativos, mostrando ser apenas o prefácio de uma história que ainda pode ter muito a acontecer.

A primeira temporada completa já pode ser assistida na Netflix.