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Crítica Ginny e Georgia | Temporada 2 está mais dramática e um pouco chata

Por| Editado por Jones Oliveira | 11 de Janeiro de 2023 às 17h00

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Divulgação: Netflix
Divulgação: Netflix
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A Netflix lançou, em 2021, a comédia dramática Ginny e Georgia, criada por Sarah Lampert. A trama aborda temas como cumplicidade, relação de mãe e filha, assédio sexual e assassinato. Agora, a série retorna em sua segunda temporada como uma das principais estreias do streaming, para a alegria dos fãs. Mas, infelizmente, abusou do drama e ficou um tanto quanto cansativa.

Para começar, os novos episódios acompanham Georgia se relacionando com Paul e tentando, a qualquer custo, manter seu passado em segredo. Enquanto isso, Ginny entra em uma crise de ansiedade e depressão após descobrir que sua mãe realmente envenenou e matou Kenny, seu padrasto.

Atenção! Essa crítica tem spoiler da segunda temporada de Ginny e Georgia!

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É totalmente plausível ver Ginny mal, vulnerável e abatida após descobrir um acontecimento tão perturbador da vida de sua mãe, e de fato Antonia Gentry, que interpreta a personagem, acerta nas cenas de drama, especialmente nas que ela se queima como forma de mutilação. Porém, o texto foca nesse drama de uma maneira tão cansativa que, ao invés de compaixão, sentimos preguiça.

A cada cena, a cada capítulo, Ginny está com a mesma expressão. Ela não busca conversar com a mãe, nem resolver seus problemas de amizade com Maxine. A garota fica tão imersa em seu desespero que cansa o espectador.

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Drama, drama e mais drama

Por falar em tristeza e drama, não dá para negar que esse foi o foco de Ginny e Georgia na segunda temporada. Além da protagonista, seu namorado Marcus (Felix Mallard) também entra em uma crise depressiva e fica apático, sem querer sair da cama, e mergulhado na tristeza e no álcool.

O foco na saúde mental dos personagens seria um grande acerto, ainda mais se tratando de adolescentes, mas o texto é pobre e não desenvolve bem as situações. Desse modo, fica tudo um pouco solto, deixando o público sem entender qual a finalidade de abordar tais temas. É, no mínimo, decepcionante.

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Aliás, até o rompimento de Marcus e Ginny é mal explicado. Ele decide terminar o romance com a garota, mesmo amando-a, porque está depressivo e se sentindo mal. Fica no ar o motivo que desencadeou sua depressão e quais serão os desdobramentos da doença.

Personagen mal desenvolvidos

Quem assistiu à primeira temporada de Ginny e Georgia certamente esperava um bom desenvolvimento dos personagens nos novos episódios, o que não acontece. As protagonistas que dão nome à série até ganham destaque, mas os demais ficam pelo caminho.

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Enquanto Ginny luta para se reerguer emocionalmente, Georgia tenta lidar com tudo à sua volta. Isso quer dizer: o casamento com Paul que se aproxima, a volta de seu ex-marido Gil (pai de Austin), o trabalho na Prefeitura e o detetive no seu pé. Para lidar com essas situações, no entanto, ela parece cada vez mais imatura, metendo os pés pelas mãos. Não a vemos evoluir até quase o final da série.

Georgia trava uma guerra fria com Ginny, negligencia como o fato de ter matado um homem pode impactar na vida da filha, e continua tentando resolver as coisas da maneira mais absurda possível. O fato dela matar o marido de Cynthia (Sabrina Grdevich ) —que estava em estado terminal — sufocado só comprova a pouca maturidade da protagonista. Ela tenta ajudar Cynthia, mas não era preciso fazer isso, uma vez que as duas nem são tão próximas.

De todo modo, no final da série, o texto dá à ela a redenção necessária. Nos dois últimos episódios, Georgia parece finalmente crescer e consegue contar (quase) toda a verdade sobre sua vida à Paul.

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Coadjuvantes sem história, mas com potencial

Agora falando dos coadjuvantes, a situação fica ainda pior: Maxine (Sara Waisglass) parece involuir e passa a temporada toda chorando por Sophie (Humberly González). Apesar da decepção amorosa, a personagem tinha muito mais a entregar, mas acaba reduzida à uma adolescente mal amada.

Abby (Katie Douglas) é outra que fica de lado. A garota parece ter algum tipo de distúrbio alimentar e problema de autoimagem, mas desde a primeira temporada o assunto não avança.

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Já falando dos destaques positivos, Austin (Diesel La Torraca) ganhou mais tempo de tela e não decepcionou. O ator mirim é carismático e sua cena final, correndo atrás da viatura que leva Georgia presa, é comovente.

Vale comentar que a presença de Zion (Nathan Mitchell) e Gil (Aaron Ashmore), ex-maridos de Georgia, também agrada e traz maior dinamismo para a trama. Resta saber se eles serão melhor apresentados em uma possível nova temporada.

Trilha sonora e figurino agradam

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Se por um lado o texto de Ginny e Georgia decepciona, por outro a trilha sonora e o figurino agradam e ajudam a contar a história. Por meio de suas roupas, fica muito nítida a diferença de idade entre Ginny sua mãe.

Além disso, o guarda roupas de Georgia ajuda a reafirmá-la como uma mulher que está buscando estabilidade e seu lugar no mundo, mas que nada se parece com as mães provincianas do bairro.

As canções também parecem se encaixar bem à trama, e são um ponto positivo da história.

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Vale a pena assistir à segunda temporada de Ginny e Georgia?

A segunda temporada de Ginny e Georgia realmente derrapa ao não aprofundar temas importantes — como o racismo sofrido por Ginny em sala de aula, por exemplo — e se tornar rasa e morna.

A cena final deixa um gancho interessante para uma (futura) próxima temporada, mas será preciso melhorar o roteiro se quiser vingar. O acerto ficou por conta de explicar melhor como foi a infância de Georgia e o que a fez chegar até onde está.

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Desse modo, os novos episódios de Ginny e Georgia não agradam, mas quem deseja muito continuar a história pode dar uma chance e assisti-los na Netflix.