Crítica Diana | Expansão de Citadel injeta mais política na franquia
Por Paulinha Alves • Editado por Claudio Yuge | •
Estreou nesta quinta-feira (10) no Amazon Prime Video os seis episódios de Citadel: Diana, série de espionagem italiana estrelada por Matilda De Angelis (The Undoing), que funciona como um spin-off de Citadel (2023).
O título original, que como nós já contamos por aqui, entrega a ação que promete, é a segunda série mais cara já produzida na história, com um orçamento de mais de US$ 250 milhões que a deixa atrás apenas de O Senhor dos Anéis: Os Anéis De Poder.
Sua primeira derivada (um segundo spin-off indiano, chamado Citadel: Honey Bunny, estreia em 7 de novembro no Prime Video), não é, no entanto, uma simples versão italiana da trama. Expansão do universo original, Diana acompanha os passos da Citadel na Itália, assim como o domínio exercido pelo sindicato criminoso e principal inimigo da organização, a Mantícora, em várias partes da Europa.
Adição mais do que bem-vinda à franquia, a série conta com o mesmo ritmo frenético de ação que vimos em Citadel. Agora, no entanto, embebida também em questões políticas, que fazem com que a história não gire quase exclusivamente em torno do drama pessoal da protagonista.
Trama se passa em Milão cinza e controlada
Ambientada no ano de 2030 em Milão, Diana se passa oito anos após a queda da Citadel, destruída pela Mantícora na série original. Mesmo que não saiba, a Itália agora vive sob o domínio da organização criminosa, e enfrenta um momento de bastante turbulência em que devido a criminalidade, as ruas passaram a ser hiper controladas pelo governo.
Com a crescente militarização, além das câmeras de segurança espalhadas por todo lugar, a população vive em protesto nas ruas, desconfiada de que a extrema vigilância, bem como o projeto de legalização de armas no país, visa mais o controle do que a segurança dos cidadãos.
É nesse contexto que seguimos os passos de Diana (Matilda De Angelis), uma jovem que perdeu os pais em um acidente de avião e, em busca de respostas para uma tragédia que ela considera premeditada, se aliou à Citadel, trabalhando como uma agente infiltrada na Mantícora.
Em 2030, no entanto, oito anos após a queda de sua agência, Diana permanece presa à organização inimiga. Uma vida de infelicidade da qual ela finalmente acredita que poderá se livrar, após uma oportunidade inusitada surgir em seu caminho.
Envolvida em uma missão de espionagem em que consegue colocar as mãos em uma poderosa arma, a agente tem a oportunidade de conseguir sua tão sonhada liberdade. Uma troca, no entanto, que, para ser realizada, vai depender da ajuda do herdeiro da Mantícora Itália, Edo Zani (Lorenzo Cervasi), o filho sobrevivente da família que é uma das maiores produtoras de armas no mundo.
Série é dividida em três pilares
Embora conte com todos os elementos de ação que tornaram Citadel um prato cheio para os fãs do gênero – o que inclui tiroteios, lutas corporais, perseguições em veículos, explosões e até cenas radicais – Diana divide essa equação com outros dois importantes pilares: as questões políticas da trama e o drama pessoal vivido pela protagonista.
No primeiro caso, além da situação de Milão, a série mostra também a disputa pela chefia da Mantícora Europa. Uma briga que coloca Itália, França e Alemanha em rota de colisão, fazendo com que as três potências finjam aliança enquanto planejam acabar umas com as outras.
Enquanto isso, Diana, tem sua própria história revelada ao público.
Mostrado em duas linhas temporais diferentes, o passado da jovem começa a ser retratado em 2022, quando recém-órfã ela decide se associar a Citadel, enquanto é submetida a um pesado treinamento. Já no presente, na Milão cinza e vigiada de 2030, a agente é mostrada como uma mulher distante e determinada, que vive em pé de guerra com a irmã, mas que encontra amor, mesmo contra a vontade, nos braços do herdeiro dos Zani.
Com uma carga de romance bem mais dosada do que a produção original, Diana deixa o amor da personagem-título e Edo em segundo plano, focando nos pilares da produção. Apesar de já se imaginar que em uma possível segunda temporada a relação esteja destinada a se tornar o calcanhar de Aquiles da protagonista, aqui ela aparece mais contida, garantindo mais minutos de adrenalina e jogos de poder ao público do que cenas picantes.
História é planejada para ser maratonada
Frenética e com uma trama que entrega uma história interessante, para além de cenas gratuitas de tiros e explosões, Citadel: Diana é uma ótima surpresa no catálogo da Amazon Prime Video.
Dona de uma história independente, que não exige que o público assista a Citadel para entender sua história (embora um contexto prévio, ajude a compreender com mais rapidez a trama), a série termina com cliffhangers em praticamente todos os seus episódios - o que torna quase impossível não querer maratona-la de uma só vez.
Com um final que, embora já esperado, deixa o público sedento para uma segunda temporada, a produção tem tudo para agradar a audiência fã de histórias de espiões. E, claro, carimbar de vez o poder da nova franquia da Amazon, atual menina dos olhos do streaming.
Para quem deseja dar play na produção, os seis episódios de Citadel: Diana já estão disponíveis no Prime Video.
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