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Zip, Mov e outros: especialistas criticam novos domínios similares a arquivos

Por| Editado por Wallace Moté | 15 de Maio de 2023 às 16h15

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Divulgação/Google
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No início de maio, o Google anunciou a liberação de oito novos domínios de topo para compra por empresas e usuários, como forma de ampliar o rol de endereços disponíveis para os sites. E entre alternativas interessantes como .phd e .prof, por exemplo, estão também opções que vêm sendo criticadas por especialistas em segurança, como .zip e .mov, similares a formatos de arquivo conhecidos.

A ideia é que tais URLs podem ser usadas diretamente em ataques de phishing, como uma análise de endereços já registrados por terceiros mostrou. Enquanto pesquisadores se apressaram em assumir o controle de alternativas usuais, outras acabaram sendo obtidas por desconhecidos e, inclusive, já vem sendo utilizadas em golpes.

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É o caso, por exemplo, de um endereço relacionado ao Microsoft Office, cuja URL simula um nome de arquivo compactado em formato ZIP, que poderia muito bem conter a suíte de aplicativos. Ao acessar, porém, o usuário é recebido com uma tela de login que simula a dos serviços da companhia, mas cujas credenciais vão diretamente para as mãos dos criminosos, possibilitando o comprometimento de contas e o acesso a sistemas corporativos.

Enquanto o Google Chrome já exibe um alerta de site perigoso no acesso a esse domínio específico, o mesmo pode não ser dito sobre outros, que nem mesmo estão no ar ainda. Entre os nomes já registrados somente com o domínio .zip, por exemplo, estão alternativas comuns em golpes de phishing como “auto gpt”, “microsoft windows”, “security updates”, office 365 update”, “photoshop cracked” e “google drive backup”; em uma piada de mau gosto, até mesmo o nome de analistas de segurança aparecem entre as URLs obtidas por terceiros.

"Alguns domínios .ZIP registrados recentemente"
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Além do uso dos endereços em sites falsos que podem ser compartilhados por aí, há uma segunda questão a ser considerada. Artigos, comentários, publicações e notícias citando arquivos no formato ZIP ou MOV, por exemplo, passam a ser encarados como links e, como tal, também podem ser abusados em busca de cliques de usuários incautos. Outra possibilidade desse tipo é o domínio .foo, uma variável de exemplo usada em programação que também pode levar à exploração de projetos.

"Sobre os domínios .zip sobre os quais reclamei — achei burro e criador de confusão desnecessária, levando a vários esquemas de phishing, truques ou ataques com confusão de endereços... Mas acho que será apenas forçado a se tornar outro domínio de topo. É muito desnecessário."

Trata-se, aliás, de uma reclamação antiga, que data de 2014, quando a ICANN (Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números, na sigla em inglês) concedeu parecer positivo ao Google para criação de domínios com final .zip. Eles, agora, passam a ser vendidos a partir de parceiros da empresa, que cuidam de cada um dos endereços disponíveis.

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Em sua página oficial do Google Registry, a empresa indica alguns dos novos domínios problemáticos como alternativas para quem é do ramo da tecnologia, com direito a links oficiais para quem já está usando as URLs. Os exemplos incluem encurtadores de links e espaços voltados ao ensino da programação, respectivamente, com as URLs finalizadas em .zip e .foo.

Atualização 17/05/2023 9h44: Em resposta ao site Bleeping Computer, o Google afirmou que a confusão entre nomes de arquivos e domínios da internet não é algo novo, enquanto medidas de segurança estão disponíveis nos navegadores para proteger os usuários. Além disso, a empresa afirmou ter sistemas de moderação para identificar e remover URLs maliciosas, com monitoramento constante em busca de novas ameaças.